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Fenômeno no circuito Rio/SP, "Mesmo Se Nada Der Certo" é uma fábula Indie

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O Cinema Independente Americano é em si um Cinema que trafega em linha bem tênue entre Underground e o Mainstream. Mesmo Se Nada Der Certo já nasceu desse paradoxo. O diretor John Carney, que vem a ser o ex-baixista da banda irlandesa The Frames, surgiu no radar cinematográfico do mundo com Once, seu primeiro filme, que causou bastante burburinho ganhando o Oscar 2008 de Melhor Canção. A relevância foi tamanha que o longa virou musical na Broadway, ganhando o Tony Awards (espécie de Oscar dos musicais Americanos).
Em seu segundo filme, Carney mantém a expertise musical Indie, só que com mais dinheiro e prestígio (vide seu elenco). E de novo fala sobre um casal que encontra seus sentidos (mútuos?) através da Música. Um decadente produtor musical de gravadora (Mark Ruffalo, brilhante), num dia péssimo, conhece a tímida compositora inglesa (Keira Knightley, um poço de carisma), e seu encantamento verte-se em visão oportuna: gravar um álbum independente (olha aí!) pelas ruas de Nova York. A aproximação dos dois se dá em meio à conflitos pessoais de ambos: ele, com sua vida ordinária e divorciado; ela, recém abandonada pelo namorado (Adam Levine), em ascensão de carreira.

Mesmo Se Nada Der Certo tem feito um surpreendente sucesso nos cinemas de Arte e/ou Alternativos do eixo Rio-São Paulo, mantendo-se com salas lotadas há cerca de três semanas consecutivas e prolongando sua carreira no circuito. Esse feito se explica pelo tom de fábula Indie conseguido pelo diretor. O roteiro (também dele) segue a cartilha do gênero, mas oscila espertamente no intuito de (tentar) subvertê-la. Os diálogos são ótimos e equilibram uma certa forçação das circunstâncias na narrativa.
As cenas em que Ruffalo tem uma epifania sonora ao vê-la cantar pela primeira vez; o passeio do casal por Nova York dividindo o mesmo fone de ouvido e até mesmo o insuspeitável desfecho, apontam para esse êxito. Assim, Begin Again (nome original), entre o Fabular e o Alternativo, é mais um êxito de John Carney em tornar a sensorialidade da Música um artifício certeiro para falar de Amor.

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