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Festival do Rio 2013 – Só Deus Perdoa

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O filme tão esperado de Nicolas Refn, diretor de “Drive”, conta mais uma vez com a presença de Ryan Gosling. Mais uma vez também, existe uma grande preocupação estética que se traduz nas escolhas de enquadramento, do uso das cores, do posicionamento dos atores no espaço do quadro, na duração das ações e dos planos.

Entretanto, o que Drive possuía de carisma, seja pela história, seja pela trilha sonora envolvente, ou pelos momentos de sorrisos escondidos e declarações de amor não ditas, falta nesse filme. “Só Deus Perdoa” é um filme austero, duro, sem brechas e totalmente racional, seja na sua forma ou no desenvolvimento de sua história e personagens. Peca pela falta de equilíbrio entre razão e sentimento. Torna-se um filme manifesto da forma.

Há bons momentos, ou melhor dizendo, momentos fortes, como a luta entre Ryan Gosling e o Policial Espadachim (Vithaya Pansringarm) ou os diálogos com a mãe abusiva, representada por Kristin Scott Thomas.

Além do espírito cartesiano, o filme abusa da violência, do sangue, da dor. Tudo parece falso, artificial. As relações são forjadas – mãe e filho, prostituta e seu namorado – relações que se perderam em suas formas de encenação.

A falta de sentido reina em meio a essas pessoas que parecem agir somente em favor de impulsos de raiva, de vingança, de orgulho.

O único personagem que demonstra algum tipo de complexidade sentimental é o Policial, que se divide entre se defender, fazer justiça com as próprias mãos segundo sua moral e cantar num karaokê.

No final das contas, Só Deus Perdoa é um filme que tem seus pontos altos, mas se perde em ciclos de repetição e total falta de empatia.

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