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Festival do Rio: "Burying The Ex"

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Sem o alarde que se faz atualmente quando um diretor de grande projeção prepara um novo lançamento, é que está chegando “Burying The Ex” (EUA, 2014), novo filme de Joe Dante ainda sem título em português, que está sendo exibido no Festival do Rio. Na trama, Max (Anton Yelchin, o Chekov dos novos Star Trek ) é um aficionado por filmes de Terror que trabalha em uma locadora especializada no gênero. Ele namora e é feliz com Evelyn (Ashley Greene, a Alice de Crepúsculo), até o momento em que os ciúmes da moça, seu sentimento de posse exacerbado, além do propósito de remodelar a vida do rapaz começam a incomodá-lo seriamente. Quando Max está prestes a tomar coragem para terminar o relacionamento, Evelyn sofre um acidente e morre. Porém ela retorna como um zumbi, justamente quando surge Olivia, uma bela e gente boa balconista de uma sorveteria (Alexandra Daddario, de Percy Jackson e True Detective) na vida de Max, criando assim um triângulo amoroso para lá de macabro.
O filme marca o retorno de Dante aos longa metragens depois de um hiato de cinco anos, desde que lançou o pouco falado (e pouco visto) O Buraco. Em Burying The Ex, ele recorre ao mesmo gênero Terrir que tanto êxito surtiu em seu maior sucesso “Gremlins”, de 1984. Ainda nessa seara, o cineasta também realizou “Piranha”, de 1978 e “Gritos de Horror” de 1981. Neste seu novo filme, ele promove uma espécie de cruzamento de Noiva Cadáver com The Walking Dead, a coqueluche do momento, e o resultado é satisfatório. O roteiro de Alan Trezza é bem conduzido e cadenciado, não sofreu com o alongamento e as mudanças sofridas em relação ao original que era um curta metragem dirigido pelo próprio. E Dante demonstra não ter perdido a forma na direção de situações assustadoras ao mesmo tempo engraçadas, até porque o script se coaduna com tramas anteriormente dirigidas por ele, onde sempre há o elemento acidental que gera uma situação que foge do controle. Além de Gremlins, Viagem Insólita de 1987 é um bom exemplo. E de quebra, ainda presta uma singela homenagem ao seu gênero de filmes favorito, inclusive colocando referências a clássicos como A Marca da Pantera de 1942, The Gore Gore Girls (1972) e O Planeta dos Vampiros.
Sua direção de atores imprimiu os tons adequados aos personagens, o timing das piadas na medida exata e um bom andamento para a trama. E os fãs do diretor certamente identificarão a pequena participação de Dick Miller no papel de um velho policial ranzinza. O ator, que participou de todos os filmes de Dante, já se tornou uma espécie de marca registrada. “Burying The Ex” é no geral satisfatório pois traz Joe Dante de volta ao que ele realmente sabe fazer, acenando para a nova geração, mas fiel a seus clássicos.
Estes cinco anos de afastamento parecem não ter causado prejuízos, diferente dos hiatos que antecederam Pequenos Soldados e Looney Tunes de volta à ação, mas estes sofriam mais pela preguiça do que da falta de mão do diretor, além de terem roteiros fracos como argamassa. Boa pedida para os saudosos do gênero Terror, que nos últimos anos infelizmente virou sinônimo de sátiras infames como Todo Mundo Em Pânico e Inatividade Paranormal. E há ainda uma brincadeira pós créditos, não nos moldes da Marvel, que já se tornou padrão, mas ainda assim divertida.

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