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Genérico, “A Viúva das Sombras” não assusta nem impacta

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O cinema de terror foi sacudido em 1999 por um filme de terror com um orçamento ínfimo e que simulava uma situação real, gravada por pessoas reais em torno de uma lenda misteriosa. Era “A Bruxa de Blair”, que se tornaria o filme mais lucrativo de todos os tempos (na relação custo e retorno). Daí, iniciou-se uma onda de “terror documental” que originou, entre outros, “Atividade Paranormal” de 2007, que assumiu o posto de maior custo benefício da história do cinema.

Mais de 20 anos depois, filhotes da “Bruxa de Blair” continuam surgindo, a maioria sem muito brilho, como é o caso do russo “A Viúva das Sombras”. O longa é baseado em uma lenda real com uma premissa bastante similar à que originou o longa de 1999 catalizador desse estilo de filmes de horror.

Em uma área densamente arborizada ao norte de São Petersburgo, há registros de pessoas desaparecidas há três décadas. Os poucos cadáveres já encontrados estavam nus. Em 14 de outubro de 2017, uma equipe de voluntários saiu para a floresta em busca de um adolescente desaparecido. Logo, toda a comunicação com eles foi perdida. Os locais acreditam que foram levados pelo mesmo espírito das trevas que levou os outros. Eles atribuem isso a um espírito amaldiçoado de uma Viúva.

O longa se inicia com relatos reais, para dar mais credibilidade à trama, antes de introduzir os personagens. O realismo pretendido pelo diretor Ivan Minin fica comprometido pela nítida indecisão entre adotar uma câmera documental como em “A Bruxa de Blair” e “REC” (outro exemplo que deu certo nessa seara) e a filmagem convencional com tomadas sutis de handcam. Só isso já achata drasticamente o potencial de clima de tensão.

O roteiro, que Minin assina junto com Natalya Dubovaya e Ivan Kapitonov abusa dos clichês sem um pingo de constrangimento. Apesar de durar apenas 1h20, a sensação é de infinitas 3 horas ou mais, em meio a tantos jump scares, atmosfera forçada e uma trama que a certa altura já nem importa mais. Se há alguma coisa minimamente interessante ali é um trabalho de fotografia esforçado e a curiosidade de dar uma espiadinha no que está sendo feito no gênero na terra do Vladimir Putin.

“A Viúva das Sombras” consta mesmo é naquela galeria dos filmes de terror genéricos, que não causam nenhum impacto, além de passar longe de assustar. Fica a certeza de que a tarefa de extrair algo realmente interessante e surpreendente do terror documental está cada vez mais difícil. E com a pouca inspiração desse aqui, configurar no hall dos memoráveis é inviável.

Nota: Ruim – 2 de 5 estrelas

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