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“Godzilla vs Kong” é um autêntico e honesto fast food

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Você vai a um restaurante de fast food. Lá na embalagem do seu lanche, ou mesmo na tabela com o cardápio vem descrita a quantidade colossal de calorias contida nas delícias a serem consumidas. Se há uma coisa que você, ao levar a refeição para mesa ou para a viagem, não tem o direito de fazer é reclamar do quanto aquilo pode afetar o colesterol.

Filmes como “Godzilla vs Kong” são exatamente a mesma coisa. A descrição das calorias vem no trailer.

Nessa espécie de Batman vs Superman do Monstroverso os dois monstros gigantes mais icônicos do cinema, o temível Godzilla e o poderoso Kong, travam um confronto, com a humanidade em jogo. Tudo se dá quando um esquadrão embarca em uma missão perigosa em um terreno desconhecido e fantástico, a chamada Terra Oca, desvendando pistas das origens dos Titãs, enquanto uma conspiração ameaça varrer as criaturas, tanto as boas e más, da face da terra para sempre. No meio disso tome golpes desferidos por um bichão contra o outro, e, claro, sobra para os prédios e a população civil.

Desenvolvimento dos personagens? Esqueça. Temos Alexander Skarsgård canastrão, Rebecca Hall tentando trazer alguma seriedade, Millie Bobby Brown para fazer a conexão com “Godzilla II: Rei dos Monstros” e, claro, atrair a garotada fã de “Stranger Things”. Mas, cá para nós, personagens humanos em filme de monstro acabam muito mais por atrapalhar a diversão do que gerar empatia com o espectador diante da ameaça monstruosa, que é o real propósito.

Direção arrojada é outra coisa que não se pode exigir aqui. Temos sim, o diretor Adam Wingard (do pavoroso live action de Death Note) cumprindo com o que lhe foi exigido: seguir o que foi estabelecido esteticamente pelos três filmes anteriores, sem muita personalidade. O roteiro de Max Borenstein (que assinou “Godzilla”, “Godzilla 2”  e “Kong: A Ilha da Caveira”) e Eric Pearson não se preocupa muito com coerência.

Contudo, o longa cumpre exatamente com o que a narrativa se propõe, proporcionando um embate titânico entre os monstros, em três rounds eletrizantes – e mais um quarto que fará a alegria dos fãs de kaijus. A luta dos gigantes é recheada de referências aos filmes clássicos de ambos e justifica a espera para esse que vinha sendo preparado desde Godzilla de 2014 para ser o grande evento do Monstroverso.

“Godzilla vs Kong” é honesto ao entregar nada mais do que se propõe e vinha sendo mostrado (até mais do que deveria) no trailer. Assim como um autêntico fast food, o valor nutritivo é baixíssimo, inversamente proporcional às calorias, e justamente por isso é delicioso para o espectador, que se não for um fã do gênero deve passar longe desse aqui. Como cinema não acrescenta nada, mas como entretenimento marca vários pontos.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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