“Guerra Mundial Z” enfim, tira os zumbis de trás das câmeras

O Medo. Da religião à política, passando pela medicina, todos sabem que o medo é uma arma para preceitos e conceitos. O cinema americano sabe disso (e de forma oportuna e/ou oportunista) desde a Guerra Fria. Mas quando ela faz do medo e da tensão um bem armado suporte de suas alegorias, o resultado é inacreditavelmente superior até mesmo ao que não se espera dela.

“Guerra Mundial Z” é excelente. Marc Foster (dos incríveis “A Última Ceia” e “Em Busca da Terra do Nunca”) é um diretor de precisão. Sua expertise no chamado cinema de arte (ou apenas indie) vai buscando justificativas para cada clichê de um filme catástrofe e o roteiro (com colaboração precisa do “Lost” Damon Lindelof) é um dos mais perfeitos e bem acabados desse tipo de cinema.

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O longa é baseado no livro homônimo de Max Brooks (um dos grandes nomes da cena zumbi norte-americana) e acompanha Gerry Lane (Brad Pitt), funcionário da ONU que percorre o mundo numa corrida contra o tempo para deter a pandemia zumbi que está derrotando exércitos e governos, e ameaçando dizimar a própria humanidade. De início o filme já conquista o espectador por mostrar que o vírus é proveniente, sabe-se lá como, de animais e que não se precisará ir mais longe para compreender o tipo de zumbis que serão mostrados no filme.

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Além de Lindelof, o roteiro é feito à quatro mãos (Matthew Michael Carnahan Drew Goddard) e consegue reunir os princípios do suspense, sem cair na banalidade do gênero e ainda sem precisar sacrificar a humanidade de suas peças no jogo dramático. O que é mais impressionante é que o filme teve o final reescrito e refilmado, mas o resultado é tão corrente e bem amarrado que parece que a adaptação do livro homônimo correu seu qualquer sobressalto.

Trabalhar com o medo pode ser uma armadilha narrativa, mas o filme vai aonde mais nos é caro: a justificativa biológica dos fatos, ou seja, o confronto de possibilidades que nos aterroriza. Bem mostrado então, acabamos nos encurralando na credulidade. E não estamos falando de existencialismos. Estamos diante de um filme blockbuster americano. O que há de errado? Simples, tiraram os zumbis de trás das câmeras… Um dos melhores filmes-pipoca de 2013. Tomem seus calmantes e corram para o cinema!!!

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