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J.R. assistiu Wall-E

Se Al Gore fosse um expert em animação, seu Uma Verdade Inconveniente provavelmente seria muito parecido com Wall-E. O que se vê na tela é simplesmente uma das maiores críticas à humanidade como um todo já feita na história do cinema.

Vemos desde o começo do filme o que as sinopses oficiais nos falam: No ano 2700, a Terra se tornou um lugar inabitável devido à imensa quantidade de lixo despejado. É quando o solitário robô WALL•E, encarregado de limpar o planeta, tem a oportunidade de ter uma nova vida e conhecer os humanos, que agora vivem em uma imensa nave chamada Axiom.

O filme tem um ritmo estranhamente gostoso e desde o começo, vemos o dia a dia de Wall-E (que em inglês é uma sigla para Waste Allocation Load LiftersEarth Edition), um robô que tem a função de compactar todo o lixo deixado pela humanidade. Nos intervalos, ele vai ao seu veículo convertido em depósito de tranqueiras humanas e fica assistindo a fitas antigas de Alô, Dolly. O robozinho, de alguma forma, adquiriu personalidade quase humana e sonha com alguém para compartilhar sua vida.

E quase como uma ocorrência divina, desce dos céus o seu pedido. Eva, uma robôzinha futurista que vem para a Terra em busca de sinais de vida no lixão que virou o planeta. Os dois, após um começo conturbado, se aproximam e Wall-E se apaixona por Eva. Quando tudo parecia ir bem, Eva encontra vida, graças a Wall-E e é levada para a nave em que a humanidade vive há 700 anos: Axioma. Axioma é um termo matemático usado para se referir aos chamados conceitos auto-evidentes, que não necessitam de comprovação científica para serem assumidos como verdades.

E é isso que achamos nessa nave. Uma sociedade humana controlada, sem que eles percebam, pelas máquinas, que fazem todo o trabalho dos homens, deixando eles totalmente sem o que fazer senão se alienar de tudo com seus comunicadores pessoais e cadeiras flutuantes. Toda a humanidade é gorda, desleixada e vive em uma auto imposta utopia espacial que é falsa ao ponto de se descobrir que há uma programação inserida, nos últimos dias da humanidade na Terra, que manda que o co-piloto robô da nave não deixe a humanidade voltar ao planeta (Co-Piloto que lembra e muito HAL de 2001-Uma Odisséia no Espaço).

O legal deste filme é que ele irá agradar todos os públicos. As crianças de todos os jeitos irão adorar a história de Wall-E e Eva e sua jornada que tem diversas cenas engraçadas. Os adultos com uma leve consciência política adorarão e sentirão medo do que a humanidade pode fazer consigo mesma. E os cinéfilos irão adorar as citações do filme, especialmente à 2001 – Uma Odisséia no Espaço e Um Robô em Curto Circuito, do qual Wall-E é a cara cuspida de Johnny 5.

Eu falei alguns spoilers aqui, mas entendam, é meramente a superfície do filme, eu mal arranhei o que está por baixo e pretendo deixar que cada um assista e diga o que realmente achou. Mas eu já posso deixar uma frase que vai provocar polêmica: Wall-E é uma obra prima da sétima arte, especialmente em se tratando de desenhos que deveriam atrair as crianças, mas que nos acerta bem no ponto fraco da humanidade, o de que no final das contas iremos destruir este planeta por nós mesmos, sem precisar de ajuda de extraterrestres ou monstros.

Uma nota final, logo no começo do filme, e durante todo ele, há uma série de citações a informática e tecnologias da nossa atualidade como os Macintosh, a Atari, etc. Eva inclusive lembra, e muito, um IPod. São os easter eggs escondidos aos nerds e geeks de plantão.

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Comentários 2
  1. A Pixar era de propriedade do Steve Jobs (fundador e presidente da Apple) até ser vendida para a Disney, num lance que elevou Jobs ao maior acionaista da casa do Mickey.

  2. Fiquei ainda mais apaixonada pela Pixar depois desse filme. Fiz questão de ir a estréia.
    É simplesmente mágico.
    Mesmo sem muitas falas, ele consegue prender a atenção.
    As cenas só do Wall-E ou msm dos outros robôs não se torna monótona por não falarem, muito pelo contrário.
    Emoção é tanta em cada cena que palavras nem são necessárias, você capta perfeitamente toda a mensagem.
    Filme encantador e com uma visão política do futuro do planeta.

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