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"O Parque dos Sonhos" valoriza a imaginação em aventura fofa e colorida

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Uma das brincadeiras que a maioria das crianças mais gosta de fazer é a de usar a imaginação para criar lugares diferentes, onde geralmente tudo é permitido e a diversão não tem fim. Mesmo nesses tempos onde o vídeo game é, cada vez mais, o “companheiro” mais frequente e adorado pelos baixinhos, é importante incentivá-los a buscar outros caminhos para se entreter além dos jogos eletrônicos.

Partindo dessa premissa, a animação “O Parque dos Sonhos” (“Wonder Park”, 2019) é uma boa pedida para os pais levarem os filhos ao cinema e mostrar que, com criatividade, é possível resolver problemas e ir muito além do que pode ser considerado “normal”.

A trama é centrada na menina June, uma garota muito inventiva que, junto com sua mãe, criou histórias envolvendo um enorme parque de diversões e seus habitantes, principalmente o macaco Peanut (capaz de criar incríveis brinquedos com sua caneta mágica), o urso Boomer, o porco espinho Steve, a javali Greta e a dupla de castores Gus e Cooper. Para isso, ela desenvolve diversas versões do parque, seja em seu quarto ou mesmo com seus amigos. Mas uma reviravolta em sua vida fez com que June perca um pouco de sua imaginação e mude a sua personalidade.

Até que, um dia, ela é atraída por um ingresso mágico e descobre um portal para o Parque dos Sonhos, onde vivem todos os personagens que ela havia criado. Só que o Parque está todo desarrumado e dominado por uma força conhecida como A Escuridão. Assim, June terá que se juntar a seus novos amigos para deter essa ameaça e fazer tudo voltar ao normal.

Embora não possua uma animação inovadora (ainda mais depois de um ano que tivemos ótimos trabalhos mostrados em “Homem-Aranha no Aranhaverso” ou em “Ilha dos Cachorros”), algo que poderia despertar o interesse do público mais velho, “O Parque dos Sonhos” vale pelo seu colorido sempre contagiante, pela boa caracterização de seus personagens e, pelo menos, duas boas sequências, como a perseguição dos macaquinhos-zumbis (que podem até assustar as crianças menores) e uma ambientada numa área totalmente psicodélica, por onde os protagonistas têm que passar durante um momento da trama. No mais, dá a impressão de que quase tudo que é mostrado no filme já foi visto anteriormente. Não empolga, mas também não entedia, o que é um grande mérito.

Se a direção de Dylan Brown (que chegou a ser substituído por David Feiss, Clare Kilner e Robert Iscove) não se destaca, o grande mérito do filme está mesmo no roteiro assinado por Josh Appelbaum e André Nemec, dupla responsável pelos textos de “Missão Impossível: Protocolo Fantasma” e “As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras”.

Eles buscaram passar uma bela mensagem que valoriza a imaginação e a criatividade das pessoas, que não devem ser deixadas de lado mesmo com os problemas que podem surgir em suas vidas. Uma lição para ser aprendida não só por June, mas também pelos espectadores. O humor do filme nem sempre funciona, mas tem um saldo positivo no fim das contas.

É uma pena, mais uma vez, o público ser privado das vozes originais dadas aos personagens. Tudo bem que grande parte dos espectadores de “O Parque dos Sonhos” seja formado por crianças e que elas curtirão mais a animação com a dublagem em português (cujo elenco de dubladores conte com os atores Lucas Veloso e Rafael Infante fazendo a dupla de castores Gus e Cooper).

Poderiam ter mais cópias disponíveis com o áudio em inglês para que o público pudesse conhecer e avaliar o trabalho de astros como Jennifer Garner (que faz a voz da mãe de June), Matthew Broderick (que faz o pai), Mila Kunis (Greta) ou o comediante e apresentador de talk show John Oliver (Steve). Mas quem não liga para isso, certamente não terá do que reclamar do bom trabalho feito no Brasil.

Co-produzido pelo canal Nickelodeon, “O Parque dos Sonhos” funciona como um divertido passatempo infantil, que vale conferir não só pelo entretenimento, mas também pelo recado que deseja passar para os baixinhos (e os não tão grandinhos): que com otimismo e muita invetividade, é possível ter algo “espetaculíssimo” (como diz o macaco Peanut) em nossas vidas.

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