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“Tron: Ares” mostra empenho para se tornar memorável, mas carece de solidez

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“Tron: Ares” levou menos tempo para ser lançado do que seu antecessor “Tron: O Legado”. Ainda assim, foram nada menos do que 15 anos para o projeto, que seria uma continuação direta chamada “Tron: Ascension” (algo como “Tron: Ascensão”), saísse do papel na forma de “requel”. Essa fórmula, que teve o nome popularizado no “Pânico” de 2022, consiste em um reboot que presta tributo à obra original, com muitos easter eggs e a presença de personagens clássicos e recriação de algumas sequências. Deu muito certo com “Jurassic World” e “Star Wars: O Despertar da Força”, e no próprio reboot de Pânico. Com isso, a Disney sabia que esse era o caminho a se seguir para, talvez, fazer deste o primeiro êxito comercial da franquia – lembrando que o clássico original de 1982 foi um fracasso de bilheteria, ganhando status cult no home video e reprises de TV, e o segundo decepcionou.

No centro da trama está Ares, um programa de computador criado para ser o mais avançado da história — um ser digital capaz de aprender, evoluir e questionar a própria natureza. Quando é trazido do universo virtual para o mundo físico em uma missão que pode redefinir o futuro da humanidade, Ares se depara com dilemas que desafiam sua programação e colocam à prova o limite entre o artificial e o humano.

Dirigido por Joachim Rønning (“Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, “Malévola: Dona do Mal”), “Tron: Ares” tem foco na reflexão sobre inteligência artificial tão cara às histórias de ficção científica e que hoje é um assunto mais em voa do que nunca. Ao mesmo tempo em que entrega a grandiosidade estética e o espetáculo tecnológico que fizeram de “Tron” um ícone da ficção científica. Mas, é claro, este aqui não causa o impacto do original, nem mesmo aguça a curiosidade como foi o caso do segundo. E ele nem se pretende a tanto. O intuito é mesmo renovar a franquia, ao mesmo tempo que homenageia o passado. O equilíbrio entre os elementos do passado e os modernos pode ser tido como um ponto bastante positivo neste novo longa. Rønning não tem nenhum constrangimento em usar dos clichês na direção. Previsível do início ao fim, cada enquadramento é pensado para explorar ao máximo as emoções fáceis. E acaba deixando uma ausência (inexplicável) que será imediatamente sentida pelos fãs.

No entanto, apesar de um roteiro com vários buracos e descompromisso total com a verossimilhança mesmo para um filme de fantasia, em boa parte do tempo o novo “Tron” consegue proporcionar uma diversão minimamente satisfatório, ao contrário do tedioso filme anterior. Jesse Wigutow (“Demolidor: Renascido”) assina o script e , de fato, parece mais preocupado em como irá inserir um easter egg ou criar uma cena de ação vistosa para encher a tela de um IMAX do que em costurar tudo isso com uma história lógica. A virada de Ares, por exemplo, não tem nenhuma profundidade, mas é sabido que esse nunca foi o forte da série.

O novo elenco é encabeçado por Jared Leto, que interpreta o programa rebelde que vem ao mundo real para roubar um código permanente para que os artefatos do mundo digital possam ser utilizados para defesa, a mando de seu programador Julian Dillinger (Evan Peters) que pretende revolucionar a indústria bélica. Sua atuação não é muito distinta de outras anteriores no currículo, sobretudo quando ele entra na seara dos blockbusters. Greta Lee, no papel de Eve Kim, que precisa se conectar com o mundo criado por Kevin Flynn antes que seja tarde, foi uma ótima escolha e é a melhor em cena. Já Jeff Bridges está ali para arrancar um largo sorriso dos fãs e o faz com mais graça do que no filme de 2010.

Por fim, “Tron: Ares” é um deslumbre visual acima de tudo. O design de produção não é enfadonho como o de “Legacy”, e a ideia de trazer o mundo eletrônico para o mundo real era mesmo o caminho mais natural para levar a história adiante com alguma novidade. Ainda assim, faltou solidez para que o produto se tornasse memorável. Não há uma sequência marcante como a da corrida de motos no “grid”. Será lembrado como uma diversão ligeira que pode agradar ao espectador sem expectativas. Por enquanto, o game “Tron 2.0”, de 2003, e a série animada do Disney+ seguem como as melhores continuações de Tron.

Tron: Ares

Tron: Ares
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Nota: 6/10 - Bom
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