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“Uma Razão Para Viver” se apoia na força de uma história de superação

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Andy Serkis é conhecido por seus impressionantes trabalhos de captura de movimentos para personagens criados por CGI. Ele imprimiu tanta veracidade em seu Gollum de “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres” que cogitou-se uma inédita indicação ao Oscar para um personagem digital. Caesar da trilogia “Planeta dos Macacos” foi outra grande atuação. O ator já se tornou a principal referência quando se fala em CGI com motion capture. Ele poderá ser visto em dezembro como o Snoke de “Star Wars: Os Últimos Jedi”.

Por esse currículo é natural que cause surpresa o fato de sua estreia na direção de longas-metragens seja com um filme sem qualquer relação com a seara da fantasia/sci-fi. “Uma Razão Para Viver” (Breathe, Reino Unido/2017) é a cinebiografia de Robin Cavendish (vivido por Andrew Garfield), britânico acometido pela poliomielite que não só provou ser possível a qualidade de vida de um portador da doença como advogou pelos direitos dos portadores de necessidades especiais.

O filme segue os fatos em ordem cronológica de maneira retilínea. Robin sê ve de repente paralisado por poliomielite contraída em viagem de trabalho ao Quênia. Grávida do primeiro filho, sua esposa Diana Cavendish (Claire Foy) recebe dos médicos a notícia de que a condições de Robin são irreversíveis. De acordo com os laudos ele jamais sairia da cama e teria pouquíssimo tempo de vida. O desejo de pôr fim à sua vida é elidido pelo amor de Diana, que o faz olhar de outra maneira para a situação e desafiar os limites impostos.

Serkis constrói um trabalho de direção eficiente, contando com o amparo do acertado trabalho de fotografia de Robert Richardson (que na última década realizou belas colaborações com Quentin Tarantino e Martin Scorses). É perceptível, na condução de Serkis, a influência do mestre britânico Ken Loach, expoente da New Wave of British Film (o cinema novo bretão). No entanto, o roteiro de William Nicholson o empurra para a armadilha do sentimentalismo, sempre à espreita em um tema dessa natureza.

Andrew Garfield realiza um boa composição e confirma seu talento, que pôde ser visto em “Até O Último Homem”. Papéis como esse geralmente são um veículo para que o ator prove suas capacidades e Garfield sai exitoso do desafio. O estigma de “Homem-Aranha da depressão” parece estar se dissipando a cada papel que desenvolve. A direção de Serkis o conduz para uma construção do personagem em cima de tintas coloridas, uma vez que o viés do script é de saga de um herói improvável. Claire Foy defende impávida e segura o papel de Diana Cavendish, transmitindo, sem ultrapassar o tom, a força alimentada pelo amor incondicional.

“Uma Razão Para Viver” foi produzido por Jonathan Cavendish, o filho de Robin. Isso justifica o tom de tributo que permeia o longa. O intuito do longa é celebrar uma trajetória de superação e de quebra militar em prol das políticas de melhoria das condições de vida dos portadores de deficiência, seja na questão da mobilidade ou nas pesquisas científicas. E, claro, deixar uma mensagem de otimismo, no estilo conto de fadas

Filme: Uma Razão Para Viver
Direção: Andy Serkis
Elenco: Andrew Garfield, Claire Foy, Diana Rigg
Gênero: Drama, Cinebiografia
País: Reino Unido
Ano de produção: 2017
Distribuidora: Diamond Filmes
Duração: 1h 57 min
Classificação: 12 anos

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