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Vai Que Dá Certo – Um título um tanto apropriado à seu próprio desempenho

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Se em toda regra há exceção, como não haveria no viciado cinema nacional bons respiros no oportunismo mercado de filmes banais de comédia. Se pararmos para pensar, isso existiu em todas as vertentes conhecidas desde a chanchada. Até na fixação “favela movie”. Vai que dá certo pode ser igualmente enquadrado nisso. Em meios aos milhares de filmes babacas e tolos que inundam o gênero em nossa cinematografia, esse é um dos poucos dignos de nota.

A história é conhecida: Rodrigo (Danton Mello) sempre quis ter seu próprio estúdio musical, mas vive como pianista em um bar. Amaral (Fábio Porchat) e Vaguinho (Gregório Duvivier) queriam uma lan house, mas se contentam em ter uma locadora de jogos arcaicos. Tonico (Felipe Abib) é infeliz sendo professor de inglês para adolescentes. Danilo (Lúcio Mauro Filho) não está satisfeito arriscando sua própria vida numa transportadora. Os cinco, conjugando suas vidas ordinárias, bolam um plano pra roubar 700 mil reais da empresa onde Danilo trabalha, porém são atrapalhados e bisonhos demais para colocar isso em prática, daí o título do longa.

A comédia acaba sendo uma diversão um tanto legítima e bem estruturada na sua função de (apenas) entreter. É interessante que o roteiro de Porchat joga a narrativa para as nuances do stand up e isso resulta ora na urgência da graça, ora na simples banalização da situação (o ponto fraco da narrativa). A direção de Mauro Farias (do notável Verônica) pouco acrescenta a história, mas é bem sucedida ao amarrar a anarquia que esse tipo de humor acaba por resvalar. O elenco está bem entrosado, com Gregório quase roubando a cena com seu humor orgânico e meticuloso, além da sempre interessante participação de Natália Lage, uma triz muito subestimada pelo nosso audiovisual. Com isso, no fim  das contas, a comédia acaba funcionando para além da maioria das porcarias que são despejadas nos cinemas hoje em dia.

[xrr rating=3/5]

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