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Bitscópio: River Raid

Hoje é dia de chutar o balde e voltar no túnel do tempo até o longínguo ano de 1982, quando a Activision lançou um dos melhores e mais clássicos shooters de todos os tempos. O famoso jogo do aviãozinho do Atari, River Raid.

Antes de falar do jogo em si, é interessante conhecer a história da produtora Activision. Até o final da década de 70, os jogos lançados para os consoles eram feitos com exclusividade pelas próprias criadoras dos games, impossibilitando que desenvolvedores obtivessem lucros com suas criações. Pensando nisso, Jim Levy uniu forças com o empresário Richard Muchmore e os ex-funcionários da Atari, David Crane, Larry Kaplan, Alan Miller e Bob Whitehead, e fundaram a Activision, pensando em criar jogos e ganhar dinheiro com isso.

Os quatro ex-funcionários da Atari eram basicamente a força motriz da empresa, que acionou a Activision na justiça, extendendo o processo por dois anos até que houve um acordo entre as partes. Na época em que houve o acordo, a Activision lançou o maior jogo dos consoles Atari, Pitfall; e quase na mesma época, veio River Raid, criado e desenvolvido por Carol Shaw, outra ex-funcionária da Atari e considerada a primeira programadora de videogames.

River Raid é um shooter visto de um ponto de vista superior, em que acompanhamos um jato em seu caminho por um rio cheio de inimigos, como navios, helicópteros e outros aviões. Para piorar sua situação, o jato só poderia voar por sobre o rio e sua gasolina deveria ser preenchida constantemente em galões espalhados pelas fases.

O diferencial do jogo era de que seu avião não só se deslocava para os lados como em Space Invaders, mas também tinha toda uma movimentação para todos os lados da tela enquanto o rio corria por sob ele. Os mapas das fases eram sempre os mesmos e os caminhos facilmente memorizados. Conforme se avançava no jogo, a dificuldade aumentava, bem como a velocidade dos inimigos em sua movimentação pela tela.

Porém, a maior dificuldade não eram os inimigos, ainda mais porque estes não disparavam de volta em você como em Rayden – outro shooter fantástico. O grande problema era controlar o avião em alguns desfiladeiros apertados e depois o controle de combustível, já que mais em frente a quantidade de galões que aparece é bem pequeno, obrigando o uso consciente de sua gasolina.

A maior surpresa, porém, é que o jogo não tem fim. Devido ao limite de memória do jogo (enormes 32kbs em um cartucho), ele basicamente chegava em um ponto em que a dificuldade era aquela e os mapas iam se repetindo, polígono por polígono, até que se chegasse ao limite da pontuação, que era 1 milhão de pontos. Ao alcançar essa marca, seu avião explodia e o placar ficava cheio de exclamações (!!!!!!!!!!). Fim de jogo, comece de novo.

Porém, há um alto prazer em jogar novamente River Raid uma vez atrás da outra, ainda mais que ele foi um dos primeiros a instituir uma espécie de modo versus para duas pessoas, com cada um jogando na sua vez e tentando bater o placar do amigo, recomeçando sempre da última ponte destruída. Quantas vezes eu me vi quase sem gasolina e rezando para uma ponte aparecer onde eu pudesse explodir, já que assim eu recomeçaria à frente de onde iria morrer.

A trilha do jogo é inexistente, mas os efeitos especiais do motor do jato, tiros e explosões de pontes, inimigos e barris já valiam como todo som necessário ao game.

Para os que nunca jogaram e pensam que esse jogos de Atari são coisa de velho, recomendo experimentar. Não sei se alguém ainda consegue encontrar um Atari em pleno funcionamento para usar aquele joystick clássico que era um dos fatores de dificuldade do jogo. Jogar no teclado do computador usando as setas hoje em dia é muito fácil. Usar pelo menos um controle é essencial para ter a já famosa sensação e ato de querer apontar com ele para onde o avião tem que ir, mesmo que seu não tenha sensor de movimento.

River Raid é um marco na história dos games, e é uma obrigação a todos os que prezam por um bom divertimento, com ou sem os amigos para ficar zoando junto. Semana que vem temos um dos primeiros jogos a usar gráficos 3D nos consoles de terceira geração: Toe Jam & Earl.

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Comentários 6
  1. hahaha não sabia que o jogo não tinha fim, nunca tive perícia suficiente para chegar até o !!!!!!!!!
    e também não conhecia nada da história da Activision, bem interessante.

  2. Cara, eu tinha este jogo no meu Atari, era muito viciante. eheh
    Este, Enduro e aquele que não lembro o nome dum esquimó que tinha que pular no gelo pra atravessra o rio e ainda cuidar para não ser comido por um urso polar para chegar em casa. eheh Muito clássico.

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