Bob Dylan, o lendário cantor e compositor e ganhador do Prêmio Nobel, há muito é celebrado por suas letras poéticas e profundas contribuições musicais. Em seu primeiro livro desde Chronicles: Volume One, de 2004, Dylan investiga o cerne da composição com “A filosofia da música moderna” (The Philosophy of Modern Song).
Revelando o Livro
“A filosofia da música moderna” é uma coleção de mais de 60 ensaios que dissecam e apreciam meticulosamente as obras de outros compositores. O livro, publicado pela Simon & Schuster nos EUA e pela Companhia das Letras no Brasil, levou 12 anos para ser elaborado, com a jornada de Dylan começando em 2010. Nestes ensaios, ele oferece seus extraordinários insights sobre a natureza da música popular, revelando o funcionamento interno de canções atemporais.
A abordagem de Dylan à análise musical é semelhante a uma master class. Ele disseca o que chama de “armadilha das rimas fáceis”, explica como uma única sílaba pode impactar uma música e até estabelece conexões entre gêneros aparentemente díspares – como bluegrass e heavy metal. Mas para além dos aspectos técnicos, estes ensaios são também meditações sobre a condição humana, reflectindo sobre a vida, o amor e as emoções universais que a música evoca.
As músicas exploradas
O coração de The Philosophy of Modern Song está nas 66 canções sobre as quais Dylan escreve. Essas seleções abrangem décadas e gêneros, mostrando a amplitude de sua apreciação musical.
Alguns destaques:
– Elvis Presley: Dylan explora quatro clássicos de Presley, incluindo “Money Honey”, “Blue Moon” e “Viva Las Vegas”.
– Ray Charles: Três canções associadas a Ray Charles – “Come Rain or Come Shine”, “I Got a Woman” e “You Don’t Know Me” – recebem a análise cuidadosa de Dylan.
– Frank Sinatra: Do catálogo de Sinatra, Dylan se aprofunda em “Strangers in the Night” e “Without a Song”.
– Cher: Sim, até mesmo “Gypsies, Tramps and Thieves” da Cher recebe a devida atenção.
– The Eagles: Surpreendentemente, “Witchy Woman” dos Eagles está na lista, ao lado de outros favoritos dos Eagles como “New Kid in Town” e “Life in the Fast Lane”.
As escolhas de Dylan abrangem tempo e estilo, do blues e R&B ao punk e new wave. Ele ainda inclui músicas do início de 1900 e faixas mais recentes como “Dirty Life and Times” de Warren Zevon, de seu álbum de 2003, The Wind.
Uma jornada literária
A Filosofia da Canção Moderna promete ser uma viagem literária pela alma da música. Bob Dylan, sempre o enigmático trovador, convida-nos a explorar a magia e o significado por trás das canções que moldaram as nossas vidas.
Quer você seja um fã obstinado de Dylan ou simplesmente curioso sobre a arte de compor, este livro certamente é uma boa escolha para uma viagem musical.
Comente!