No livro “Rarefeito” do poeta William Soares do Santos, lançado pela Editora Ibis Libris, temos na própria concepção semântica olfatos e cheiros do percurso poético que o autor trilha no decorrer das suas páginas. Poemas de enganosa acepção simples. Estruturas límpidas, claras, sem qualquer pretensão de rebuscamento estilístico.
O poeta conversa com o ouvinte, pois este é um livro sonoro, talvez como um melódico Sabiá. Talvez possamos reutilizar o acento na palavra A antecessora. Sábia.
Relações entre o mundo dos contatos físicos; das ações da concreção material com o indizível. Ou aquilo que está interiorizado num desejo de essência da alma, do fundo das camadas, mais exatamente o dentro.
William estabelece através de palavras tépidas, mas sem altas temperaturas; uma relação do corpo da gente com o entorno, é como para a pessoa precisa, quase cirúrgica, alcançar o íntimo das palavras, das álgebras do cotidiano.
É como se só o poema através de suas escavações semânticas pudessem ligar o afeto pelas coisas e pelas pessoas com a natureza. Nos poemas do autor há sempre um degrau à baixo para se elevar o sentido ao alto (c- eu)
O desejo é caminho, ele está sempre envolto na alteridade, buscando a sua casa, ou seu núcleo aberto.
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