Música

A Música resiste!

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Preciso me revisar, pois cometi um erro anos atrás, ao escrever um artigo enervado contra a nossa tão cara Música. Música no geral. Disse que deveria que “Ela” deveria parar. Errei feio. Talvez nos meios, ou instrumentos.

Gostaria de deixar bem claro o meu arrependimento pelas tais palavras que edifiquei. Confesso que fui precipitado, que não medi soluções além do desespero e da reclamação. E que bom o tempo ser juiz dos nossos atos!

Já ouvi dizer que não existe povo sem música, que não há ser humano sem afeição ou sensibilidade a Ela; que sempre há de se afetar de alguma forma.

Primeiramente, aquém de outras esferas ou atuações, Música sempre foi uma arte – ainda que difundida sob várias óticas, inclusive a mais repressora de todas, a comercial. Mesmo assim, é uma manifestação de alegria, agitação, caminhando junto às linguagens corporais.

Não importa o criador, sob qual performance foi executada, ou seus significados; isso são detalhes. O efeito sim é relevante. O que nos produz a Música é a maravilha do espetáculo, de entreter, prender as atenções… de vida e comemoração.

Pode-se tentar classificá-la de várias formas (atividades coletivas, como os rituais religiosos, ou festas, concertos, mídias etc.), mesmo assim, sempre esbarrando em interpretações – não existe um conceito máximo e findo, ela é múltipla, metamorfoseante, imemorial. Nem tampouco é intenção tentar (seria eu um mais nesse mar de opiniões) definir, aumentar a discussão; apenas jogo luzes sobre a questão da universalidade, de como a Música está presente neste planeta e deve ser merecida.

Na Terrasom, dos humanos se é reproduzido. Aos ouvidos seus toques. Seu entendimento é simples e para sua execução somente é pedida a vontade de cada qual. Se até o pássaro se distrai com o som que exala, por que não parar a apreciar esse presente evolutivo sob a forma das melodias?

Se instintiva ou não, é fato que manifesta-se.

A Música não deve parar pelo simples fato de não se entregar às inconstâncias humanas; ela não se detém, muda de acordo com seus apreciadores. Tem altos e baixos, mas não é sua culpa, é da mão que a direciona. Portanto, a problemática está em quem faz, executa, divulga, ouve, ou quem dá valores.

A união de pessoas, aliada aos sons, gera um evento; a desunião dos seres atrapalha tudo, põe-se em risco, depreda, diminui. Talvez a falta de entendimento atual seja o motivo pelo qual a Música perde sua força motriz, já que não atinge com tanta veemência quando como fizera em conjunto. Está fraca, mas não morta; talvez inerte. A fagulha existe, precisa de novo oxigênio. Tudo é uma questão de atitude.

Temo ser redundante ao clamar uma re-audição do que foi feito no passado, a fim de atualização…

Melhor não ter tanta pressa e esperar pela qualidade…

Mas a brevidade da crise, caso fosse medida em eras, é uma besteira! E se partimos desse princípio, logo estaremos restabelecidos em nossos divertimentos. Felizmente, é uma questão de tempo (… enquanto isso).

Boas audições!

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Grossi e Ajuda -

Grossi é escritor e músico, publicou entre outros títulos a novela “Obarro”, além do argumento de “Desculpe, seu tempo acabou”. Pela Poesia, lançou “Cura”, “Servidão”, “A Conferência”. “Cabezada”, “Esencias”, “Maneja” e “En las eras” são suas obras em espanhol. Participou como guitarrista e vocalista das bandas Alice, íO, Instrumental Vox, Ummantra, SAEM e A Ras del Suelo

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