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As 12 composições mais épicas da Legião Urbana

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Se fosse vivo, Renato Russo estaria completando hoje (dia 27 de março) 60 anos. Indubitavelmente um dos maiores compositores do rock brasileiro, criou verdadeiros tratados à frente de sua banda, a Legião Urbana, na qual era vocalista e principal compositor.

São inúmeras faixas marcantes, mas aqui, para celebrar a obra de Renato, separamos as 12 mais épicas. Aquelas canções da Legião em que ele era tudo, menos econômico, seja na duração ou na ambição conceitual. Confira!

A Via Láctea

Demorou muito para entendermos que se tratava de uma despedida. Quando o disco “A Tempestade” foi gravado, Renato já estava com a saúde debilitada devido a complicações do HIV. Dessa vez, o niilismo da letra não era alegoria de uma complicação amorosa, e sim literal. De qualquer forma, uma bela e imponente composição.

 

Pais e Filhos

Uma das músicas mais tocadas da Legião foi “mal interpretada”. Muita gente não sabe, mas a letra fala sobre suicídio. Mas revestida de todo o lirismo caraterístico de Renato, mesmo com o tema pesado, tornou-se onipresente nas paradas de sucesso e rodinhas de violão.

 

Andrea Doria

Imagine um paralelo estabelecido entre o fim de um relacionamento e um naufrágio. É o significado da música do disco “Dois”, de 1986, que leva o nome de um transatlântico italiano que naufragou em 1956, durante uma travessia entre Gênova e Nova York, causando a perda de muitas obras de arte que estavam a bordo. A comparação do término com a tragédia é um dos exemplos da veia dramática carregada que Renato não escondia.

 

Índios

“Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente”. Os conquistadores que usaram a amizade como estratégia de dominação são comparados a quem oferece o amor de forma ilusória. Um ensaio existencial a partir de uma metáfora entre amor e tragédia (mais uma) envolto em uma canção de estrutura aparentemente simples, mas que se revela um teorema (aqui uma referência acidental a outra música da Legião) se observada com a devida atenção. Um dos momentos mais inspirados de Renato, que chegou a ser pensada como uma cantiga cantada por crianças

 

Perfeição

Quando foi lançada, como ponta de lança do disco “O Descobrimento do Brasil”, de 1993, muita gente disse que deveria ser o verdadeiro hino daquele Brasil, ainda decepcionado com o sonho da redemocratização diluído em um processo de impeachment e um então futuro econômico incerto. Quando Renato Russo canta “vamos comemorar como idiotas a cada fevereiro e feriado” cada ouvinte se sentiu cutucado. É uma canção incisiva, com uma sonoridade que conjugava com a ira grunge em voga na época. Nesse período, Renato lidava com o tratamento do HIV de maneira complicada, ao mesmo tempo de lutava para se ver livre das drogas.

 

Daniel na Cova dos Leões

A ambiciosa abertura do álbum “Dois” é sem dúvida uma das maiores epopeias musicais escritas por Renato Russo e também uma das mais complexas. Sempre se atribuiu a ela a interpretação de se tratar de uma relação (homos)sexual. A referência bíblica está ligada à “situação da pessoa que está encurralada e tem que provar alguma coisa”, nas palavras do próprio Renato. A última estrofe versa sobre os sentimentos antagônicos da negação e conformidade após o gozo proibido, com uma poesia rica e ímpar.

 

Monte Castelo

Renato Russo aglutinou o ‘Soneto 11’, de Luiz de Camões, com o Capítulo 13, do livro Coríntios, da Bíblia e assim criou um sucesso radiofônico do álbum “As Quatro Estações”, atestando que sua genialidade era latente até quando não compunha. Afinal de contas, identificar uma grandiosa e lírica canção popular a partir de matrizes improváveis é particularidade dos excepcionais. A gravação foi complicada. Renato nunca aprovava o trabalho de Mayrton Bahia, produtor do disco, que ameaçou não terminar o disco. No fim, Dado Villa-Lobos contou que chorou ao ouvir a música finalizada.

 

Eduardo e Mônica

Provavelmente a música da Legião favorita da opinião pública. A letra, que vai para o cinema em breve no filme homônimo, a exemplo do que aconteceu com ‘Faroeste Caboclo’, gira em torno de um casal improvável, dois jovens, ela um pouco mais velha, e experiências de vida distintas que viveram uma forte e duradoura história. Dividida em 73 versos ao longo de aproximadamente 5 minutos, a música do álbum “Dois” tem revestimento leve e cotidiano, uma melodia simples mas engenhosa e eficiente. Sempre se especulou se o casal existiu na vida real. Perguntado em uma entrevista de 1995, Renato revelou que Mônica era inspirada na artista plástica Leonice de Araújo Coimbra e Eduardo era seu próprio alter ego. Leonice foi namorada de Renato em 1978, quando ele tinha 18 anos e ela já era mãe. Mas ele garante que era “menos bobo”, pois sua vida não era só “clube e televisão”.

 

Teatro dos Vampiros

A faixa do disco “V” fala sobre o peso da vida adulta traçando um paralelismo com a situação política e econômica do país, naquela entrada dos anos 90, que, apesar de cinco anos depois do final da ditadura via expostos problemas endêmicos. A ressaca dos anos 80, a década perdida, também se insere no contexto. O título é uma analogia ao Congresso Nacional, onde políticos fingem se importar com os problemas do povo (como em um teatro) mas sua função é sugar recursos (como vampiram sugam o sangue das vítimas.

 

Há Tempos

Escolhida para ser o carro-chefe de “As Quatro Estações”, ‘Há Tempos’ chama atenção por sua letra um pouco complexa e o fato de não ter um refrão. E mesmo assim foi um grande sucesso radiofônico. Um exemplar de riqueza poética do cancioneiro da Legião, mas seu intrincado e metafórico trecho final gera discussão até hoje. Musicalmente a faixa mostra um salto evolutivo para a banda, deixando clara a chegada à maturidade artística. Mas e o tal poço da casa de Renato? O crítico musical e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia André Domingues interpretou para a Super Interessante: “para se aprofundar na metáfora final da canção, acredito que o caminho seja o de perceber que a limpidez da água contraria e desmistifica o aspecto escuro e misterioso do poço”.

 

Metal Contra as Nuvens

Faixa do álbum “V” se reveste de temática medieval, mas ali estão as metáforas da relação amorosa, muito caras a Renato, em uma composição de sofisticação apurada tanto na letra como na estrutura musical. É a canção mais longa da legião e é dividida em quatro partes. Ali, Renato está claramente imbuído do espírito do auge do rock progressivo dos anos 70. Inviável de se tocar no rádio, é uma das mais inspiradas músicas da Legião Urbana, de um disco de certa forma subestimado, muito por ter sido o sucessor do arrasa-quarteirão As Quatro Estações”.

 

Faroeste Caboclo

A música é quilométrica, mas todo mundo sabe (ou já soube em algum momento da vida) a letra de cor. A saga de João de Santo Cristo contra Jeremias é uma história tão cativante que virou um filme. Justamente porque ao ouvi-la é impossível não criar um filme na cabeça. conforme diz o título, a canção faz uma referência direta aos filmes de faroeste, mas adaptada para um contexto genuinamente brasileiro. São 150 versos, sem refrão, narrando a ascensão, queda, morte e santificação de João Santo Cristo. O anti-herói nordestino e mestiço, apesar das escolhas equivocadas tinha apenas o objetivo de libertar sua classe da opressão. A canção de nove minutos foi composta por Renato em sua fase trovador solitário, da qual várias faixas foram reaproveitadas na Legião. ‘Faroeste Caboclo’ é sem dúvida a composição mais épica da banda.

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