Oito discos essenciais dos Rolling Stones

Falta um pouco mais de um mês para a quarta vinda dos Rolling Stones ao Brasil. Serão ao todo quatro apresentações, passando por Rio de Janeiro (Maracanã, 20 de fevereiro), São Paulo (Morumbi, 24 e 27 de fevereiro) e encerrando a passagem pelo país em Porto Alegre (Beira-Rio, 2 de março).

Intitulada “Olé Tour”, essa etapa sul americana da turnê, que se iniciou em 2012 com shows comemorativos dos cinqüenta anos da banda, também conta com shows em Santiago (3 de fevereiro), Buenos Aires (7, 10 e 13 de fevereiro), Montevidéu (16 de fevereiro), Lima (6 de março) e Bogotá (10 de março).

Com a proximidade dos concertos, é natural que cresça o interesse de muitos em conhecer mais a fundo o trabalho da banda. Porém, a discografia é imensa (24 discos de estúdio em 53 anos de carreira) e um mês é pouco para assimilar adequadamente um a um. Daí, fizemos aqui um apanhado dos discos essenciais dos Rolling Stones, para quem quer ter uma boa noção da trajetória do grupo, indo além das coletâneas.

The Rolling Stones (1964)

rolling stonesEm seu debut, os Rolling Stones são apresentados como a resposta acintosa ao Beatles. O tom sombrio da capa contrasta com as quatro caras sorridentes na capa de “Pelase, Please Me”, a estreia do quarteto de Liverpool. Constitui-se basicamente de covers de clássicos do blues eletrificado e do rock americano, mas com peso, entrega e entusiasmo contagiantes que fazem você esquecer que está ouvindo a versões.

Out of Our Heads (1965)

rolling stones 2É o primeiro álbum com canções assinadas pela dupla Jagger e Richards, inclusive, o grande hit ‘Satisfaction’. A música não consta na versão inglesa, já que fora lançada apenas como single por lá.

Aftermath (1966)

rolling stones 3É o primeiro trabalho dos Stones com todas as composições de autoria de Jagger e Richards. Clássicos como a niilista ‘Paint It Black’, a balada ‘Lady Jane’ e a vingativa ‘Under My Thumb’ compõem esse que é o início do período mais criativo do quinteto.

Beggar’s Banquet (1968)

rolling stones 4O disco se inicia ao som dos atabaques que introduzem a épica ‘Sympathy For The Devil’. Inclui-se a pujante ‘Street Fighting Man’, a abusada ‘Stray Cat Blues’ e a emocionante ‘Salt Of The Earth’ e temos um clássico incontestável.

Após a, de certa forma, equivocada incursão pela psicodelia em “Their Satanic Majesties Request”, os Stones voltam fazendo que realmente sabem: rock n’ roll calcado no blues. A capa, que traz um banheiro pichado, foi proibida nos EUA na época. Por isso havia edições que traziam apenas uma capa branca com o nome da banda e do álbum.

Let It Bleed (1969)

rolling stones 5A faixa título foi a última composta por Brian Jones antes de sair da banda e em seguida aparecer morto boiando na piscina de casa, vítima do que possivelmente foi uma overdose. Canções imprescindíveis da carreira do grupo estão nesse álbum, como ‘Gimme Shelter’, ‘Midnight Rambler’, ‘You Can’t Always Get What You Want’.

Para completar ainda tem a vigorosa ‘Live With Me’ e ‘Monkey Man’. Para quem não acredita em disco perfeito, vale uma audição de “Let It Bleed”.

Sticky Finger (1971)

rolling stones 6Em 1970 os Beatles acabaram e, com isso, os Rolling Stones não tinham mais a sombra do quarteto de Liverpool sobre suas cabeças, daí, foram nomeados a maior banda de rock do mundo. E, com “Sticky Finger”, fizeram jus à alcunha.

O clássico ‘Brown Sugar’ abre os trabalhos, seguida da hipnotizante ‘Sway’, ‘Wild Horses’ e ‘Can You Hear Me Knocking’. No lado b ainda vem a explosiva ‘Bitch’, a dramática ‘Sister Morphine’ e a irônica ‘Dead Flowers’. O álbum fecha magistralmente com a bela ‘Moonlight Mile’. É o primeiro disco com o guitarrista Mick Taylor, que entrou em substituição a Brian Jones e permaneceu na banda até 1975, e é também o primeiro pelo selo Virgin, depois de 7 anos na London. Leia o texto sobre o disco aqui

Exile On Main Street (1972)

rolling stones 7Não é exagero quando equiparam o álbum – de fato o melhor dos Stones – a Sgt Pepper’s dos Beatles como o melhor disco de rock já feito. Em uma gravação desordenada em uma casa na Cote d’Azur, Riviera francesa.

O caos do período de composição e gravação no fim acabou resultando em um álbum inspiradíssimo, com letras permeadas de niilismo, mas de poesia ímpar. Eivado de jóias como ‘Rock’s Off’, ‘Tumbling Dice’, ‘Sweet Virginia’, ‘Happy’ e ‘All Down The Line’, “Exile On Main St” é obrigatório. Leia o texto sobre o disco aqui

Tattoo You (1981)

rolling stones 8Composto por canções inacabadas, devidamente finalizadas, dos anos setenta, “Tattoo You” é considerado o último trabalho marcante da banda. Daqui saíram ‘Start Me Up’, ‘Hang Fire’, ‘Worried About You’ e ‘Waiting On A Friend’.

Para muitos, a perfeita simbiose entre Jagger e Richards terminou aí, já que o decorrer dos anos 80 foi marcado por constantes rusgas entre a dupla, até fazerem as pazes em 1989 e selarem um acordo que nenhuma briga interferiria nos rumos da banda.

Os Rolling Stones ainda gravariam canções inspiradas nos anos 90, sobretudo no álbum “Voodoo Lounge” de 1994, mas “Tattoo You” de fato é o último disco perfeito. Pelo menos até agora, pois, esse ano eles entram no estúdio. Quem sabe eles nos surpreendem?

 

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Comentários 4
  1. Concordo que o melhor trabalho dos Stones são os discos que vão do Beggar’s Banquet ao Exile On Main Street, mas percebo que a maioria das resenhas sobre os discos dos Stones subestimam muito os discos pós Tattoo You. Penso que Steel Wheels, Bridges To Babylon, Bigger Bang e Voodoo Lounge são bem melhores do que Black And Blue, Goats Head Soup e Between The Buttons. Os piores são Undercover e Emmotional Rescue.

  2. Aftermath também é um disco importante porque, além de ter boas músicas, é o primeiro disco deles cuja autoria integral pertence aos seus integrantes.

  3. Aftermath também é um disco importante porque, além de ter boas músicas é o primeiro disco deles cuja autoria integral pertence aos seus integrantes.

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