Enquanto a pandemia é um entrave para muitos, ela é um combustível para outros. Esse é o caso de Rodrigo Suricato, que lança mais um álbum e faz uma série de lives para promover o recentíssimo “Suricateando”.
A próxima live acontece nesta sexta-feira (28), ás 20h, direto do Theatro Municipal de Niterói.
“Suricateando” vem na esteira do álbum “Na Mão as Flores” (2019), da canção “Até o Fim” (2020) e do EP instrumental “Respirando” (2020).
— A ausência de shows tem me deixado mais ativo artisticamente e a “facilidade digital” permite que você lance um disco sem precisar fazer shows durante dois anos com esse material. Eu já lancei uma canção inédita, um EP instrumental com intervenções da minha mulher que é artista plástica estou lançando esse disco e vou lançar o registro da live que fiz no dia 21 de agosto. Vai sair como um disco ao vivo com algumas canções inéditas. Um apanhadão geral do que produzi artisticamente durante estes últimos seis anos — conta Suricato por telefone.
As lives têm no seu repertório canções do novo disco, sucessos da carreira solo, músicas do Barão Vermelho e “algumas surpresas”.
— Algumas coisas da live já devem estar nas plataformas de streaming no início de setembro. Antigamente, lançar um disco era quase como colocar uma escola de samba na rua. Hoje, a tecnologia mudou tudo — conta o cantor.
Suricateando com violão e voz
“Suricateando” é mais um exemplo da fase “one man band” do músico. Se bem que, diferentemente do anterior (“Na Mão as Flores”) os registros desse novo disco são praticamente feitos no formato voz e violão.
Canções como “Talismã” (Michael Sullivan/P.Massadas), “Cigana” (Raça Negra) ou “Volta pra mim” *Roupa Nova) acabam ganhando uma identidade “suricateana”.
— Eram todas canções que eu cantava nas festas aqui em casa e meus amigos gostavam muito. Eu queria muito mostrar isso para todos. Dizem que “Amadores copiam, profissionais roubam”. Por isso, tudo acabou com a cara do Suricato (risos). Eu venho de uma influência de blues e rock muito forte e as pessoas não esperam que eu cante ou goste de músicas como “Talismã” (Michael Sullivan/P.Massadas). As pessoas com o meu background têm muita dificuldade em assumir que gosta dessas canções. Todo mundo tem uma predileta do Roupa Nova — revela o músico.
Mas há mais: Paralamas do Sucesso, Almir Guineto e Djavan também fazem parte do repertório de “Suricateando”.
“O egoísmo é o pior confinamento”
— Esse momento delicado que a gente vive colocou todo mundo dentro do liquidificador. Fez com que todo mundo repensasse muitas coisas e voltasse para o “abrigo” de onde viemos. Quando a gente fica incapacitado de trabalhar, que é algo que ocupa um espaço enorme nas nossas vidas, nós acabamos repensando a vida e lembrando de onde viemos. Essa é uma das razões para esse trabalho — diz Suricato.
Um dos charmes do novo álbum é o fato dele ter sido gravado em casa, sem a utilização de recursos de afinação de voz e ter sido masterizado em fita analógica, para fugir do “totalmente digital”.
One Man Band no palco do Theatro Municipal de Niterói
A live desta sexta-feira (28) terá transmissão pelo Facebook do teatro (https://www.facebook.com/theatromunicipaldeniteroi/), terá início às 20h e deve seguir a mesma linha da apresentação anterior.
— Foi a forma que encontrei de ter o multi-instrumentista, o compositor e o artista no mesmo palco, sincronizados no mesmo corpo. Uma performance solo não deveria ser sem graça e encarei um enorme desafio. Vou misturar instrumentos eletrônicos e acústicos nessa apresentação solo — conta Rodrigo.
“Suricateando” já está nas plataformas digitais e o novo disco ao vivo deve chegar logo. É bom ficar de olho na produção do incansável Suricato.
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