Quantos projetos alguém é capaz de abraçar ao mesmo tempo? Bem, no caso desse alguém se resumir a pessoa do ultra-mega-master-blaster mocinho cool do rock n’ roll muderno, Jack White, os números podem alcançar algumas dezenas, talvez até centenas. Depois de ganhar o mundo com o The White Stripes, sua banda “oficial”, Jack mergulhou de cabeça no projeto do Raconteurs, que lhe rendeu dois discos, Broken Boy Soldiers e Consolers of the Lonely, sendo o primeiro deles executado durante a premiação da MTV americana em 2006.
Logo depois, o cara parte para uma parceria improvável com Alícia Keys e grava “Another Way To Die”, que acaba se tornando o tema principal do 22º filme do agente secreto britânico (agora loiro), James Bond. Não satisfeito, o cara se joga na companhia a The Edge (U2) e Jimmy Page (Led Zeppelin) para gravação do documentário sobre a história da guitarra elétrica, It Might Get Loud, ou em terras canarinhas A Todo Volume, com previsão de estréia em 6 novembro no país.
Daí, quando todo mundo esperava um colapso nervoso, o cara pega uma avião de Detroit para Nashville, convoca Alison Mosshart (The Kills), Dean Fertita (Queens of the Stone Age) e Jack Lawrence (The Raconteurs), vai para um estúdio, pega as baquetas e grava um disco novo. O que? Sim, é isso mesmo que você leu, em Horehound, debut do seu novo grupo, The Dead Weathers, Jack White não chega nem perto de uma cordinhazinha de guitarra sequer, ele aqui é o responsável pelos baticumduns da bateria. Fato que nos leva realmente a triste conclusão que a pobre Meg só está no The White Stripes para que Jack não se sinta sozinho em cima do palco.
Desde que Horehound saiu, a banda vem sendo chamada por toda imprensa especializada de supergrupo, título que não é de todo equivocado, mas que não sei se é exatamente o adjetivo ideal para uma banda que surge da necessidade de escapismo de quatro músicos consagrados pela mídia.
Mas, deixando um pouco de lado os rótulos, se é que isso é possível, em Horehound, White mostra que ainda gosta mesmo é de uma boa e velha barulheira, desta vez bem diferente de qualquer coisa que ele fez com o White Stripes, mas nem tão diferente assim do Raconteurs. The Dead Weathers é um mergulho numa mistura interessante entre um rock setentão cru e sujo com um blues, sem contar os acordes a la western spaghetti que a divertida faixa “3 Birds” proporciona. Se fosse para classificar o álbum, eu o o chamaria de trilha sonora. Uma daquelas do Tarantino, onde estão músicas como “60 Feet Tall” com seus riffs rugidos e “Hang You From The Heavens”, com sua bateria divertida poderiam muito bem estar encaixadas.
Há tabém espaço para o groove bacana em “I Cut Like a Buffalo” e a faixa “There Will Be Enough Water” prende a atenção por ser agradável, sentimental, porém não melosa ao ponto de cansar. A voz de Mosshart ganha destaque na sensual e envolvente “So Far from Your Weapon”, mas a grande música do disco acaba sendo um cover, “New Pony”, de Bob Dylan, que ganha uma versão bacana e visceral nas mãos da banda. E é exatamente o fato da melhor música do disco ser um cover que faz perceber que Horehound é um bom disco, mas que não oferece nada de espetacular, como toda jam entre amigos deveria ser. Nada do que é apresentado ali é original ou sensacional, não que isso seja obrigatório para o lançamento de um bom disco. A necessidade de constante originalidade que o mundo contemporâneo sofre, muitas vezes impede que coisas que eram boas e continuam boas sejam apreciadas.
No final das contas, The Dead Weather é uma banda formada para tocar no fundo de um bar enfumaçado, com um barman mexicano de camisa suja servindo uísque barato para algumas putas velhas e feias sentadas se lamentando dos bons anos que já morreram. Triste mesmo é pensar que jamais vão tocar em um lugar assim.
Nota: 8,0
É muito bom. Tô ouvindo adoidado. E Racounters também, é foda até dizer chega.
E se Jack White não é o maior roqueiro dos últimos tempos, pelo menos ele ganha no número de tentativas de tentar sê-lo… =)
Jack White é incrivel. Tudo o que ele faz, ele faz com talento e olha que ele usa vertentes diferentes em cada banda, que resolve montar…Agora sou só eu que acho mas ele é a cara do Willy Wonka?
de cartola sim… mas o jon fratelli dos fratellis parece mais… =D
esse texto é praticamente cópia deste…
por favor mais criatividade..
http://rraurl.com/resenhas/6787/Dead_Weather_-_Horehound