A seca que assola a região do Alto Solimões em 2024 trouxe à tona um tesouro arqueológico de grande importância histórica: as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Localizado na margem esquerda do Rio Solimões, o forte, construído no século XVIII, foi uma peça-chave para o domínio português na região, em um período marcado por intensas disputas territoriais com a Espanha.
Com o nível das águas do rio atingindo a menor cota registrada na história, -0,94 metro, as estruturas do forte, que estavam submersas, voltaram a aparecer. Este fenômeno não só revela a gravidade da seca, a maior dos últimos 40 anos, mas também proporciona uma rara oportunidade de estudo e apreciação de um capítulo significativo da história brasileira.
O Forte São Francisco Xavier de Tabatinga foi fundado em 1766 pelo Sargento-mor Domingos Franco. Inicialmente construído de taipa e coberto de palha, o forte foi posteriormente reconstruído em alvenaria entre 1872 e 1874. Durante seu período de operação, desempenhou um papel estratégico na defesa contra expedições espanholas, garantindo a soberania portuguesa sobre a região, conforme estabelecido pelo Tratado de Madri em 1750 e pelo Tratado de Santo Ildefonso em 1777.
Para honrar a memória dos militares que defenderam a região, o Exército Brasileiro construiu um memorial que reproduz parte da estrutura do forte. O espaço, que inclui canhões e outras peças da época, pode ser visitado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, dentro do Parque Zoobotânico de Tabatinga.
Apesar de ter sido inundado pelas águas do Solimões em 1932, o Forte São Francisco Xavier continua sendo um símbolo de resistência e está inscrito no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Com informações via G1 e Gazeta Web
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