Continuando com nossa coluna, de visitar nomes do nosso país, iremos agora para Santa Catarina, onde apresentaremos Henri Schütze, natural de Timbó (SC), um talentoso cartunista brasileiro cuja trajetória artística é marcada pela criatividade, dedicação e um profundo amor pelo universo das ilustrações. Desde a infância, Henri já demonstrava interesse pelo desenho, com as aulas de educação artística e as experiências no jardim de infância servindo como as primeiras fagulhas que acenderam sua paixão pela arte.
No início de sua carreira, Henri experimentou o mundo das caricaturas, mas optou por seguir outro caminho. Apesar de sua habilidade nessa área, ele preferiu evitar situações desconfortáveis, já que seu estilo poderia desagradar as pessoas retratadas. Essa decisão reflete não apenas seu cuidado com o público, mas também a busca por um nicho no qual pudesse se expressar com mais autenticidade.
Para Henri, a construção de uma carreira sólida como cartunista exige mais do que habilidades técnicas. Cultura, conhecimento e prática constante são fundamentais. Ele destaca a importância de desenvolver um estilo próprio e exercitar a criatividade diariamente, seja por meio de rascunhos ou pela participação em eventos e palestras, que ajudam a ampliar referências e manter o pensamento criativo sempre ativo.
Os bloqueios criativos, comuns na vida de todo artista, são enfrentados por Henri com disciplina e perseverança. Sua estratégia é simples, mas eficaz: produzir rascunhos diários e revisá-los posteriormente. Essa prática não apenas mantém o fluxo criativo em movimento, mas também permite que novas ideias surjam ao revisitar o material produzido.
O Nascimento de Pinote e o Parque do Pinote

Em 1989, Henri Schütze lançou duas edições de uma revista em quadrinhos cujo personagem principal era o menino Pinote, seguindo o melhor estilo que consagrou Mort Walker (Recruta Zero), Charles Schulz (Snoopy) e Maurício de Sousa ( Turma da Mônica). Apesar de sua criatividade transbordar nas páginas, as vendas não foram muito boas, e ele acabou abandonando o projeto temporariamente. No entanto, isso não o desanimou. Anos depois, ele resolveu retomar o personagem e criou a revistinha Parque do Pinote, uma publicação que, além das tirinhas, incluía atividades para crianças, como desenhos para colorir e outras brincadeiras educativas. Essa iniciativa demonstra a versatilidade de Henri e sua capacidade de inovar, mesmo diante das dificuldades do mercado.
A Vida Além dos Quadrinhos
Além de sua carreira como cartunista, Henri Schütze é um comerciante bem-sucedido em sua cidade natal, Timbó, onde administra um supermercado tradicional. Essa dupla jornada entre o comércio e a arte revela sua capacidade de equilibrar diferentes facetas da vida, sem abrir mão de sua paixão pelos quadrinhos. Para Henri, o desenho é mais do que um hobby ou profissão; é uma forma de expressão que o conecta com o público e com sua própria essência criativa.

Em entrevista para um canal de YouTube, relata que a carreira de cartunista no Brasil não está isenta de desafios. A falta de mercado para quadrinistas nacionais, acentuada pela ascensão das novas tecnologias e pela popularidade dos games, é uma barreira constante. Mesmo diante dessas dificuldades, Henri encontra motivação na própria prática artística. A possibilidade de expressar-se por meio da arte e o retorno positivo do público são recompensas valiosas que alimentam sua paixão.
Entre os momentos especiais de sua trajetória, Henri menciona o pedido para a entrevista que originou este artigo. Para ele, esse reconhecimento foi não apenas uma honra, mas também uma reafirmação de que seu trabalho tem impacto e relevância. Além disso, suas publicações em jornais da região foram especialmente gratificantes, reforçando seu compromisso com a arte e seu desejo de compartilhar suas criações com um público mais amplo.
Legado e Inspiração
Henri Schütze segue produzindo e encantando com suas ilustrações. Sua jornada é um exemplo de perseverança e amor pela arte, inspirando tanto novos talentos quanto apreciadores do universo das histórias em quadrinhos. Seja através do menino Pinote, das atividades educativas do Parque do Pinote ou de suas tirinhas publicadas em jornais, Henri deixa um legado que transcende o papel, tocando o coração de crianças e adultos.

Em um mundo onde a arte muitas vezes é subestimada, Henri Schütze nos lembra da importância de persistir, criar e, acima de tudo, acreditar no poder das histórias e dos traços que as contam. Sua trajetória é um testemunho de que, com criatividade e dedicação, é possível transformar sonhos em realidade, mesmo que os caminhos sejam cheios de desafios.
Codorno Teles faz valer cada segundo dedicado a arte que amamos com seu trabalho de divulgação dando fôlego ao esforço daqueles que amam e valorizam sua própria obra, esperando que esta possa contribuir um pouco para transformar o mundo mais alegre e feliz! Avante grande Mestre!