Feche sua porta, aperte o cinto e ligue os motores – é hora de fazer o carro roncar com Eduardo “Sama” Filipe e sua A Balada de Johnny Furacão!. A obra deste quadrinista nacional foi lançada ano passado pela editora Flâneur e, desde então, vem recolhendo críticas mais que positivas ao redor do país.
Eduardo Filipe, conhecido por seus trabalhos apenas pelo apelido “Sama”, já trabalha há algum tempo com quadrinhos no Brasil, mas este é seu primeiro álbum completo a sair no mercado nacional. A estreia tem alguns deslizes típicos de quem vai apresentar ao grande (e sedento) público seu primeiro trabalho autoral e fechado, mas nada disso tira o brilho da divertida história que Sama apresenta neste volume.
Ficha Técnica:
- Escritor e Desenhita: Eduardo “Sama” Filipe
- Páginas: 144
- R$ 32,00
- Lançamento Original: Junho de 2011
- Editora Flâneur
Sinopse: No passado, um racha entre possantes envenenados dirigidos por amigos resulta na morte de Johnny Furacão. No presente, às vezes, os pecados do pai poderão recair sobre os filhos ou sobre um triângulo amoroso no meio da estrada.
Tudo neste conto gira em torno de amizades, aventuras adolescentes e ensinamentos pra lá de importantes, daqueles que ressoam nas mentes das pessoas para o resto de suas vidas. Sama criou um espírito juvenil para seu conto, mesmo com personagens de idades diversificadas aparecendo no decorrer desta corrida.
A trama começa com uma morte, partindo para uma futura aventura e rachas perigosos recheados de conflitos, amores e caminhos tortuosos. Os ganchos de cada parte da história são bem fechados, apesar de algumas resoluções serem rápidas demais se comparadas à construção de cada ocasião no decorrer narrativo.
As influências para incrementar o recheio desta obra são as mais diversas possíveis. Há a fotografia do cinema clássico preto-e-branco; há o clima juvenil e rebelde de Juventude Transviada e outros filmes de James Dean e há até uma narrativa surreal bem ao estilo dos primeiros filmes de Quentin Tarantino. Com este balaio todo Sama consegue criar uma história consistente e interessante, especialmente por apresentar ao leitor uma narrativa que tem como alicerces valores universais, não se focando demais num emaranhado cultural de difícil compreensão.
Editorialmente o lançamento da Flâneur é muito bem acabado. Mesmo com uma história totalmente P&B, a editora fez questão de imprimir tudo com a mais alta qualidade de tintas e papel, deixando cada página bastante viva ao olhar do leitor.
Fechando o volume com chave de ouro está um pequeno texto do ator Selton Mello comentando a obra, atestando ainda mais a qualidade deste trabalho.
[xrr rating=4/5]
Comente!