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The Black Monday Murders: Dinheiro, Poder e Magia

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Entre os vários campos de conhecimento existentes a economia é um assunto que deixa muitos com dificuldades de compreensão.

Matemática traz confiança, pela proximidade de seus números; podemos medir a aceleração de um carro ou de uma bala. Já com os números que governam o sistema financeiro são cobertos por uma sombra que a sensação é ambígua pelo que se apresenta.

Como uma sombra controlada por um sistema mágico, onde instituições financeiras (bancos, bolsas de valores) são mantidas por forças obscuras…, Jonathan Hickman e Tomm Coker pegam essa base para desenvolver a série The Black Monday Murders. 

Sinopse

Todos saúdam o deus do dinheiro! As várias escolas ancestrais ligadas à magia controlam secretamente toda a sociedade através das instituições financeiras mais poderosas do mundo.

Um mundo secreto onde vampiros oligarcas russos; Papas das trevas; aristocratas americanos encantados; e assassinos do Fundo Monetário Internacional trabalham juntos para nos manter no nosso devido lugar.

Agora um dos líderes desse seleto grupo foi brutalmente assassinado e o investigador de polícia Theodore Dumas começa a desvendar os segredos por trás dessa conspiração que atravessa os séculos!

Análise

A série exala personalidade por todos os lados, pegando um pouco de Lovecraft sobre o poder do dinheiro sujo… e exatamente qual tipo de pessoa você pode comprar com ele.

The Murders of Black Monday traz o abraço entre o dinheiro e a magia para nos contar uma narrativa densa que podemos classificar como terror, mas cujo conteúdo é muito mais complexo.

A Devir publica essa série da Image Comics, trazendo as edições #1-4 do original norte-americano.

Os autores nos levam a uma trama que começa com o assassinato de Daniel Rothschild, presidente do maior banco de investimentos do mundo e membro de uma das famílias mais poderosas da história do país.

Quando o detetive Theo Dumas, cujas habilidades singulares tocam o sobrenatural, o extra-sensorial, começa a se envolver no caso, descobrirá todo um traço de  ocultismo que o levará a descobrir que as grandes elites econômicas do mundo estão protegidas por poderes mais antigos e vis. do que somente dinheiro.

Dentro de uma perspectiva ingênua, as bolsas de valores e o mercado de ações são como uma espécie de clube privado místico, cujos principais dignatários vêem o que a maioria dos olhos terrenos não podem nem imaginar.

Essa cúpula se assemelha a uma comunidade composta de feiticeiros e druidas que veneram uma divindade obscura e falam línguas estranhas com as quais invocam feitiços arcanos que multiplicam seus benefícios como se por magia.

Hickman tece uma narrativa complexa que se relaciona de forma fantástica com as grandes fissuras da economia mundial com um poder sobrenatural que a opera acima e gera uma intriga sobre as famílias poderosas, enquanto nos dá pequenas migalhas de conhecimento.

Algumas dessas migalhas não são apenas narrativas, mas também uma grande quantidade de documentação (diários, arquivos, e-mails, fichas e outros) para completar a experiência de leitura, desde diagramas explicativos com a hierarquia das famílias até arquivos de seus diferentes membros.

Aviso

São 242 páginas que trazem uma narrativa ambiciosa de um Hickman que vai além do razoável. É necessário avisar que a série segue o estilo hickmaniano, sendo um incentivo para alguns ou uma barreira para outros. A história é complicada e difícil de acompanhar, há muita referência literária, com mais informações extras, que irão exigir uma leitura concentrada.

A arte de Tomm Coker

Ganha destaque o ilustrador que complementa a dupla criativa. Tomm Coker, de Daredevil Noir, tem um estilo muito particular, uma espécie de híbrido a meio caminho entre o realismo fotográfico e o esboço cheio de linhas e sombras. Nesse matizado são ainda as diferentes vinhetas/quadros e a cor poliédrica de Michael Garland, que dispensa gradientes ao aplicar a transição de cores aos personagens e cenários.

O conjunto confere à obra um aspecto extremamente perturbador, como o de uma fotografia suja com baixo brilho e alto contraste que obscurece a expressão dos personagens.

Esse estilo, que lembra a personalidade de Gideon Falls, se encaixa perfeitamente no tom de mistério e inquietante, como na cena do interrogatório, tremendamente poderosa, que traz a presença aterrorizante do personagem de Viktor, que tanto pelo trabalho do artista quanto pelo arco que Hickman desenvolve com ele, é de longe o personagem mais magnético neste primeiro volume.

The Black Monday Murders é uma série em quadrinhos que não é para todos, mas irá fascinar aqueles que estão preparados para isso. Tudo aqui envolve política e poder, mas uma aura sombria e complexa que nos revela a terrível verdade por trás de algumas elites que mesmo sem adorar o diabo já são bastante perturbadoras.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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Por
Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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