Star Trek Discovery estreia quarta temporada desanimadora

Após uma temporada de estreia excelente, uma segunda temporada espetacular e uma terceira temporada que buscou inovar, a série Star Trek Discovery chegou em sua quarta temporada com o peso de continuar indo além, porém em seus dois primeiros episódios o resultado foi para lá de desanimador.

Se nas primeiras temporadas a ousadia sem limites de Michael Burnham, vivida por Sonequa Martin-Green, funcionava como contrapeso para o resto da tripulação da nave Discovery, e principalmente o eventual capitão, enquanto buscava salvar o universo de ameaças cada vez maiores – outro problema da série, que parece querer estar sempre aumentando o perigo numa escala incompatível com a franquia Star Trek, na quarta temporada Michael se tornou capitã e não é mais possível colocar a personagem para se rebelar. Assim, logo no início a série apresenta a personagem buscando trazer paz para o universo enquanto escapa de tiros e perigos de maneira quase cômica, mas os criadores vão além e colocam a protagonista como antagonista da presidente da Federação, inclusive colocando toda sua tripulação em perigo enquanto para para discutir e questionar a autoridade.

Star Trek Discovery estreia quarta temporada desanimadora – Ambrosia

Trata-se de uma fórmula que devia já ter sido esgotada nas primeiras temporadas, mas que aparente mostra que os escritores e produtores da série ficaram sem boas ideias e resolveram apelar para deixar o bonsenso de lado e buscar mais ação com uma nova ameaça ainda maior – ainda não completamente apresentada, mas que acaba deixando de lado a exploração espacial característica das séries clássicas de Star Trek para buscar conquistar um público estilo Velozes e Furiosos. E olha que aparentemente a série não precisava de nada disto, visto que os personagens apresentados ao longo das três temporadas iniciais são bastante cativantes e poderiam ser desenvolvidos no melhor estilo Star Trek.

Quem acompanhou a temporada anterior sabe que a tripulação da USS Discovery viajou para o século 32, 900 anos depois da época da série original, o que por sí só abre outro universo de possibilidades narrativas. Neste sentido deparar com mais do mesmo é mais que decepcionante, ainda mais com tantas possibilidades narrativas. Felizmente por enquanto apenas dois episódios foram ao ar, fica a torcida para que a equipe criativa tenha alguma carta na manga para reverter o péssimo início da quarta temporada.

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