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Espetáculo teatral “Zona de Sacrifício” estreia em BH

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Nos dias 23 e 24 de agosto, o espetáculo teatral “Zona de Sacrifício” faz sua estreia em Belo Horizonte, no palco da Funarte. Interpretado pela atriz Carolina Correa e com direção e dramaturgia de Lara Duarte, a peça aborda os impactos sociais, ambientais e culturais da mineração em Minas Gerais, unindo diferentes linguagens artísticas. 

A apresentação, que integra a programação da 10ª Virada Cultural, poderá ser vista no sábado, às 20 horas e no domingo, às 19 horas. Os ingressos custam R$40,00 (inteira) e podem ser adquiridos na plataforma Sympla pelo link ou na bilheteria do espaço. A classificação etária é 14 anos. 

Após ser exibido no Chile, na França, em São Paulo, em Tiradentes e no Memorial Brumadinho (espaço de memória às vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão), o espetáculo chega a Belo Horizonte evocando discussões como o impacto socioambiental gerado pelo extrativismo mineral, com ênfase nos danos provocados pelas barragens de rejeitos. A obra toca nas feridas abertas do Brasil e sobretudo do estado de Minas Gerais, onde vive a atriz, engajada na luta social, em questões ambientais — temas reunidos no espetáculo.

Foto Jardiel Carvalho

“Zona de Sacrifício” se desdobra em três movimentos distintos que, juntos, buscam provocar uma reflexão sobre a mineração e suas repercussões. O primeiro levanta a questão: “E se a mineração fosse um deus?”, explorando os sacrifícios exigidos por essa divindade em um contexto de surrealismo grotesco. O segundo movimento enfoca a linguagem publicitária das empresas mineradoras, criticando seus jargões e promessas. O terceiro e último aborda os depoimentos de moradores do interior de Minas Gerais, trazendo à tona as experiências e realidades daqueles diretamente afetados pelos crimes ambientais.

A peça mescla dança, teatro e performance em um momento de sensibilização sobre o que ocorreu em Brumadinho e em Mariana, e que pode vir a acontecer em outras cidades mineiras. Unindo diferentes linguagens artísticas, “Zona de Sacrifício” conta, ainda, com imagens e registros gentilmente cedidos por outros artistas, como Bruno Veiga, Julia Pontes, Pedro de Filippis, Lucas Bambozzi, Clarissa Campolina, Chris Tassis e André Hallak. A direção de imagens é de João Borges.

Foto Jardiel Carvalho

Idealização e performance

Carolina Correa é atriz, diretora, pesquisadora e professora de artes cênicas.  É Mestre em Artes pela Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG (2024), com pesquisa dedicada à autoficção e aos processos sensoriais na cena contemporânea, Pós-Graduada em “Teatro de los Sentidos” pela Universidad de Girona, na Espanha (2021), Pós- Graduada em Arte da Performance pela Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro (2013) e Formada em Comunicação Social pela PUC Minas (1998).

Sua trajetória artística transita por linguagens híbridas que conectam teatro, performance e práticas colaborativas. É idealizadora e intérprete da obra Zona de Sacrifício, que investiga os impactos socioambientais da mineração. A obra estreou internacionalmente em março de 2025 no Théâtre Quai de Scène, em Estrasburgo, e vem sendo apresentada em diversos festivais no Chile (Festival Hecho en Chile), Festival Tiradentes em Cena, na Mostra de Solos do Itaú Cultural em São Paulo e no Memorial Brumadinho (espaço de memória e homenagem às 272 vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão).

Entre seus trabalhos autorais destacam-se as criações solo Carolina, Lorca, TROMBO, ROMA e O(S)TRAS, projetos que exploram a memória coletiva, a autoficção e a potência política dos corpos. Foi diretora do curta-metragem ANA, premiado no Cannes World Film Festival (2022).

Carolina atua também como curadora e gestora cultural. É idealizadora do Encontro Latinoamericano de Teatro de Minas Gerais (ELA) e coordenadora internacional do Festival Tiradentes em Cena, espaços dedicados à circulação de criações latino-americanas e ao intercâmbio de práticas formativas. Foi produtora executiva dos grupos internacionais do FIT BH – Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (2016, 2022 e 2024).

Como educadora, desenvolve oficinas e percursos formativos voltados a processos de criações autoficcionais, com destaque para a Oficina Circuito Sensorial e Criações de Autoficção, realizada em 2024, em Nova Lima.

Foto Jardiel Carvalho

Direção e dramaturgia

Lara Duarte é dramaturga, diretora, atriz e pesquisadora. Atualmente, é doutoranda em Artes da Cena pela UNICAMP, onde também obteve seu mestrado com a pesquisa “Por uma dramaturgia monstra!”. Formou-se em Artes Cênicas pela UFBA, onde foi bolsista PIBIC com a pesquisa “A escrita falada: dramaturgia da contação de história”, e também é graduada em Dramaturgia pela SP Escola de Teatro.

Participou de diversos projetos significativos, como Trial and Passions of Unfamous Women, uma co-produção do LIFT, Clean Break e Royal Central School of Speech and Drama, que explora narrativas de mulheres que se confrontaram com o sistema criminal. Também foi diretora e dramaturga da peça “As Coisas Que Perdemos no Fogo” e do premiado “Pânico Vaginal”, que conquistou reconhecimento na “Semana Paulistana do Curta-metragem”.

Organizadora e curadora do festival “Jornadas Heróicas Possíveis”, Lara promove obras que desafiam e expandem os limites da dramaturgia. Sua experiência inclui a dramaturgia e assistência de direção em produções aclamadas, como “Stabat Mater”, vencedora do prêmio Shell de Dramaturgia, e “História do olho”, indicada ao mesmo prêmio. Ela também atuou como libretista no Atelier Lírico do Theatro São Pedro e dramaturgista na peça “Capô”, com direção de Georgette Fadel.

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