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“Teatro, Mito e Genealogia” de Samir Murad no Teatro Glauce Rocha

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Um panorama da produção teatral dos últimos 25 anos de carreira do premiado ator Samir Murad. Essa é a proposta da mostra “Teatro, Mito e Genealogia” da “Cia.Cambaleei, mas não caí…”, que acontece dentro do Programa Funarte Aberta. A mostra, que dá foco para quatro personagens míticos,ocupa no mês de junho o palco do Teatro Glauce Rocha, no centro do Rio, que pertence à Fundação Nacional das Artes – FUNARTE. Os quatro monólogos serão apresentados um a cada semana, de quintas a sábados (às 19h) e domingos (às 18h): “Para Acabar de Vez com o Julgamento de Artaud” (5 a 8/jun); “Édipo e Seus Duplos” (12 a 15/jun); “Cícero – a Anarquia de um Corpo Santo” (19 a 22/jun); e “O Cachorro que se Recusou a Morrer” (26 a 29/jun).

O ator Samir  Murad reflete sobre as razões de ter montado a mostra: “São trabalhos em que exploro o caminho do teatro essencial, interpretando quatro personagens que buscam um pertencimento a partir de uma situação limite para provocar uma reflexão sobre o poder transformador do Teatro. Todos são caminhantes, isto é, saem de um lugar e vão embora, mas passam por ali, no espaço-tempo onde acontecem as peças. É como se esses personagens traçassem o caminho dessa busca que termina e continua, como a Arte, como o Teatro, como a Vida”.

A mostra oferece ao público carioca uma rara e instigante oportunidade de mergulhar no universo cênico de Samir Murad, reunindo pela primeira vez em uma única temporada quatro de seus monólogos mais emblemáticos dos últimos 25 anos, que investigam as fronteiras entre mito, arte e existência.

Conheça os espetáculos:

“Para Acabar de Vez com o Julgamento de Artaud” (de 5 a 8 de junho). Estreou em 2001, propondo uma investigação dos limites entre a criação artística e a loucura. Antonin Artaud, poeta, ator, escritor, e diretor de teatro francês, ligado fortemente ao surrealismo, foi considerado por muitos como louco, por ter sido internado em diversos manicômios durante a vida. Esse trabalho foi considerado um dos dez os dez melhores espetáculos do ano segundo a crítica Bárbara Heliodora (jornal O GLOBO). Excursionou pelo país, com oficinas e palestras, em teatros, universidades, congressos e simpósios.

“Édipo e seus Duplos” (de 12 a 15 de junho). Apresentado em 2008, o solo faz o personagem da mitologia grega se debruçar sobre as origens familiares. Aqui, Édipo retorna ao oráculo para tentar compreender o rumo de sua vida, em um severo ajuste de contas com a divindade. Inicia-se assim uma jornada onde o Ator-Édipo dá passagem a vozes e corpos de sua história pregressa, onde vai revivendo seus duplos familiares e compreendendo a trama mítica que desenhou seu destino. O espetáculo angariou boas críticas e realizou mais quatro temporadas no Rio de Janeiro, viajando pelo interior do estado, acompanhado de oficinas e debates. O texto da peça foi publicado pela Editora Giostri.

“Cícero – a Anarquia de um Corpo Santo” (de 19 a 22 de junho). Solo de 2019 que traz à cena o mítico Padre Cícero em um encontro com a própria morte. Fazendo uma retrospectiva crítica da própria vida, a personagem deve suscitar os espectadores a possíveis possibilidades de re-significar a história desse mito nacional e por extensão, provocar reflexões a respeito da Igreja e da política na sociedade contemporânea. Valendo-se de referências do teatro oriental, o espetáculo  utiliza-se de elementos do Butoh – uma espécie de teatro-dança japonês – assim como de conceitos extraídos do Livro Tibetano dos Mortos, ambos tendo no estudo da morte sua fonte de investigação artística e espiritual.

“O Cachorro que se Recusou a Morrer” (de 26 a 29 de junho). Monólogo de 2023 que deriva de memórias e histórias contadas pelo pai do Ator-autor, um imigrante libanês em sua luta pela sobrevivência numa terra estranha. Conflito, êxodo, o novo mundo, casamento por encomenda, saúde mental afetada, são conteúdos que, como um mascate andarilho, o ator mambembe carrega em sua mala e pretende vender ao seu público. Dessas referências nasce um contato intimista e revelador entre o artista e o espectador.

Os três primeiros solos tiveram como referência principal de linguagem, elementos de pesquisa temática e cênica, o teatro de Antonin Artaud e completaram um ciclo. Esse último trabalho vai ao cerne da fonte criadora dos espetáculos anteriores, fazendo uma síntese dessa trajetória, coroando a trilogia e inaugurando uma nova forma de narrativa, concentrando a mesma na alma do texto, revelando a fonte essencial de inspiração da obra do artista. Seu valor reside intrinsecamente nas questões de cunho familiar e social que aborda e que nos soam extremamente pertinentes aos dias de hoje. Todas as encenações transitam por uma estética experimentalista que privilegia o trabalho do ator que, utilizando-se de técnicas psicofísicas, potencializa seus recursos essenciais de atuação e tem nos outros elementos da cena, signos que se desdobram a partir de seu trabalho criativo.

Tal proposta se encontra em consonância com outras pesquisas cênicas contemporâneas, que buscam evocar as origens e os mitos primitivos do Teatro.  Artaud, Édipo, Padre Cícero e o Autor, itineram por distintas narrativas sugeridas a partir do binômio texto-encenação, passeiam por registros que vão do trágico ao cômico, revelando em seus respectivos contextos psicossociais possibilidades que sugerem empatia e uma reflexão emocionada em nosso espectador.

Samir Murad combina rigor técnico, potência poética e uma abordagem visceral da interpretação. Mais do que uma retrospectiva, “Teatro, Mito e Genealogia” propõe um reencontro com personagens que transitam entre o humano e o arquetípico, encarnados por um ator que transforma a cena em ritual de escuta, entrega e memória.

SOBRE SAMIR MURAD

Ator de teatro, cinema e televisão; autor, diretor, dublador e professor. No cinema, participou de diversos longas e curtas nacionais premiados. Na televisão, fez inúmeras participações na TV Globo, TV Record, Netflix e Canal Brasil. Trabalhou como dublador na Herbert Richers. Foi professor da Faculdade CAL de Artes Cênicas. Fundou a companhia teatral “Cambaleei, mas não caí…”, que tem em Antonin Artaud sua principal referência de pesquisa de linguagem cênica e que inaugura com o texto infanto-juvenil de sua autoria Além da lenda do Minotauro. No teatro atuou sob a direção de Augusto Boal, Bibi Ferreira, Sérgio Britto, Miguel Falabella, Sidnei Cruz e Gustavo Paso entre outros. Para acabar de vez com o julgamento de Artaud, Édipo e seus duplos, O cão que sonhava lobos, Cícero – A anarquia de um Corpo Santo, e O Cachorro que se Recusou a Morrer, estão entre os seus principais trabalhos. Recentemente integrou o elenco do premiado espetáculo O Alienista (2022), sob direção de Gustavo Paso, e o elenco da nova novela Terra e Paixão, da TV Globo (2023).

MOSTRA “TEATRO, MITO E GENEALOGIA”, de Samir Murad
Programa Funarte Aberta

Temporada: de 05 a 29 de junho – 1 espetáculo por semana
Quintas, sextas-feiras e sábados, às 19h e domingos, às 18h
Teatro Glauce Rocha: Av. Rio Branco,179 – Centro do Rio Telefone (21) 2220-0259

14 anos | Ingressos: R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia entrada)

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