Cerca de 4.7 milhões de pessoas assistiram a estréia do aguardado novo seriado de Joss Whedon (Buffy, Angel, Firefly) na Fox dos EUA, Dollhouse.
A idéia principal da série já é conhecida por todo mundo que acompanhou as notícias dos últimos meses: a atriz Elisa Dushku faz o papel de Echo, uma agente do grupo Dollhouse, cujas personalidades são apagadas, para que seus integrantes possam receber novas identidades, necessárias para suas tarefas.
Neste primeiro episódio, chamado Ghost, Echo recebe a personalidade de uma negociadora de reféns a pedido de um cliente. Seu trabalho é recuperar a filha deste cliente seqüestrada por uma quadrilha. A trama não é complexa, de fato é bem simples, e se resolve de forma esperada, com alguns lapsos bacanas de memória em Echo, provando que o método Dollhouse de lavagem cerebral ainda precisa ser aperfeiçoado nos agentes.
O que talvez tenha feito muitos espectadores virarem a cara para o projeto logo em seu episódio piloto é que ele pressupõe que todos sabem o que está acontecendo: Whedon esqueceu-se de introduzir melhor o conceito da coisa toda e foi direto ao ponto. Particularmente, não vejo problemas nisso, desde que no decorrer desta primeira temporada certas coisas fiquem mais claras. Sendo mais objetivo, não se trata de um piloto como o de Lost, por exemplo, que introduzia o espectador ao conceito geral das idéias da série – Dollhouse é tão misterioso que em alguns momentos pareceu não dizer nada.
Outro ponto vital para ganhar a atenção das pessoas é manter um nível de humanidade em alguém, um personagem com quem as pessoas possam se relacionar, mas isso não acontece. A idéia de criar memórias e apagá-las das pessoas é tão desumana que o episódio acabou sendo frio demais.
Entretanto, isso não estraga a idéia como um todo que, de certa forma, é um tanto original, pelo menos na TV. A expectativa é de que os próximos episódios sejam mais claros em seus objetivos e consigam atrair a atenção do telespectador, fanboy, nerd, ou mesmo comum. Joss Whedon conseguiu fazer trabalhos tão bons que merece uma segunda chance em sua nova empreitada.
Espero que a série faça sucesso, o meu único medo se tratando de Whedon é que futuramente a série penda para o lado inteligente e não se torne algo como Buffy e Smallville.
Spoilers
Bem, eu assisti o piloto da série e achei interessante.
Sobre o que foi comentado, eu tenho duas observações:
– Sobre não explicar o que é o “Dollhouse”: realmente não explica, mas já começa a dar pistas, citando a conversa da Echo (que se chamava Caroline) com a Srta. DeWitt no começo do episódio, indicando que Caroline estava com problemas legais, e se ela entrasse para o programa sua ficha seria limpa e depois de 5 anos estaria livre. Já são algumas pistas, e acredito que ao longo dos episódios teremos mais lembranças do passado de Echo
-Sobre os personagens serem frios: Bem, a maioria tem que ser senão a série não seria coerente. Eles fazem lavagens cerebrais constantes em pessoas para as adapta-las para cada tipo de “compromisso”. Mas o Sr. Langton tem um nível de humanidade perceptivel, temos também a própria Echo, que dentro da personalidade criada, é uma pessoa, inclusive com problemas e traumas, graças ao perfeccionismo do programador.
Bem, a série é curiosa, e eu devo ver os próximos episódios para ver se continua interessante.
PS: Umas duas vezes eu escrevi Coraline no lugar de Caroline. Neil Gaiman está afetando a minha cabeça.
Finalmente assisti e posso dizer tranquilamente que foi bem legal, estou aguardando muito da série.
Nada de explosoes, misterios absurdos, cenas apelativas etc…
Joss Whedon é Joss Whedon.