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Especial Camelot: Camelot, a nova série do canal Starz

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Recriar personagens mitológicos sempre vai atrair o amor de uns e a fúria de outros, mesmo assim a lenda de Artur e seus cavaleiros da Távola Redonda têm sido recontada inúmeras vezes na história da humanidade, talvez mais do que qualquer outra narrativa heróica. De posse dessa informação o canal Starz, lançado ao mundo com a série Spartacus, encarou o desafio de recriar o mito de Camelot à sua própria maneira.

Camelot” estreou em primeiro de abril de 2011 na televisão, mesmo dia do aniversário de três anos do Ambrosia, e até o momento da publicação deste artigo já foram exibidos quatro episódios – o que nos permite avaliar a proposta da série.

Elenco/Personagens

Em primeiro lugar é preciso parabenizar o canal Starz, para Camelot os produtores trouxeram, além de novas apostas, grandes atores para os principais papéis da série.

A principal aposta da série é Jamie Campbell Bower para o papel de Arthur, já que apesar de apresentar uma beleza diferente, o ator só havia aparecido em papéis coadjuvantes nos filmes Sweeney Todd, de Tim Burton, e na Saga Crepúsculo. Ao lado de Arthur na série estão Morgana, interpretada pela bela e competente Eva Green, e Joseph Fiennes como o feiticeiro Merlim, o grande destaque da série até o momento.

Os eventos que levam Arthur para Camelot e o consagram como Rei são deflagrados por Merlim, e Joseph Fiennes orquestra com maestria o personagem como se possuísse todos segredos do lendário feiticeiro. A atuação de Eva Green também merece destaque, Morgana é uma mulher muito a frente de seu tempo que não possuí limites para buscar suas ambições, mesmo precisando pagar um alto preço por cada escolha que faz. O lado ruim da série – pelo menos por enquanto – fica com Tamsin Egerton e sua personagem Guinevere, uma “patricinha século XXI” deslocada na idade média que parece que a qualquer minuto vai tirar seu celular da bolsa… Claro que não é somente culpa da fraca atuação de Tamsin Egerton, a série por vezes parece não se decidir se quer os espectadores maduros ou o público de Smallville.

Camelot ainda precisa encontrar seu caminho ou correrá o risco de se perder nas brumas de outras séries épicas que prometem muito, como The Borgias (Showtime) e Game of Thrones (HBO). Segundo os produtores Graham King, Morgan O’Sullivan e Michael Hirst, a série vai misturar realismo histórico com fantasia medieval, principalmente tirando inspiração o clássico A morte de Artur de Thomas Malory. Mas numa proposta mais madura de recontar as lendas arturianas é preciso ter cuidado com o uso de liberdade poética. É bem mais simples aceitar Merlim congelar um lago para caminhar sobre ele que ver seis bandidos invadindo o castelo da família de Guinevere e deixar a família escapar ilesa em meio ao saque, com direito de uma revolta juvenil junto aos bandidos inacreditável.

A trama de Camelot

Camelot se inicia com o assassinato de Uther Pendragon por envenenamento provocado por Morgana “disfarçada” por feitiçaria como uma garotinha na corte do pai. Ao ver que o rei está para morrer Merlim sai em busca de Arthur, que havia sido entregue a uma família honrada pelo mago para educar o futuro rei com preceitos nobres. Ao descobrir ser herdeiro do trono de Uther, Arthur segue com seu irmão Kay (Peter Mooney) e Merlim para o castelo abandonado de Camelot a fim de reunir forças para reivindicar o trono do reino, já nas mãos de Morgana e do seu amante, o Rei Lot (James Purefoy).

O caminho de Arthur, Merlim e dos futuros cavaleiros será tortuoso e não vale entregar os fatos neste artigo, se você chegou até neste ponto do texto deve estar suficientemente interessado  para assistir a série, assim não vale a pena entregar mais detalhes.

Vale observar porém o caráter da magia na série, tanto Merlim quanto Morgana compreendem de certa maneira o alto preço de lidar com forças maiores, mas ambos personagens sentem-se seduzidos pelo poder para buscar seus ideais. Até o momento não parece haver aquela dicotomia do bem contra o mau e sim dois pontos de vista, mesmo com Arthur alardeando idéias de liberdade. E isto é o que mais me atrai na série no momento, se os produtores tiverem a coragem de manter Morgana caracterizada como uma mulher forte no lugar de uma vilã e Merlim como um homem determinado a atingir seus fins sob quaisquer meios, acredito que a série possa ir bem mais longe que com o romance de Arthur e Guinevere.

E olha que a série ainda está apenas no início e a mitologia de Camelot é bastante extensa e rica, passando por décadas e dezenas de personagens icônicos, que com sorte marcarão presença na série.

[xrr rating=3/5]

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Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

2 Comentários

  • cara ,concordo plenamente com vc ,até agora já assistir 3 epsodios ,fantasia medieval é um dos estilos que eu mais gosto ,mas realmente as vezes cansa alguns clichês que os diretores fazem só para atrir mais o público, tipo a maioria sempre tem um romancezinho nada ver ,as vezes é lindo ,mais as vezes não tem nada ver ,não enriquecem a trama ai só colocam p/ te ruma cenazinha de sexo e talz, essa guinevere mesmo pegaram uma atriz modelo p/ interpretar ,assim como a maioria dos filmes hollydianos(ñ sei se é assim que escreve),eles pegam as mulheres e os homens mais lindos e gostosos e colocam como protagonistas sem se preocupar com o talento ,eu sei que beleza é um artificio muito eficaz e até perspicaz no mundo do cinema ,mais as vezes eu queria mais veracidade…

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