Terceira temporada de “The Killing” demonstra fôlego e pessimismo sobre seu próprio universo

Quando foi anunciado que haveria um inesperado retorno da ótima série The Killing, o temor “Damages” nos abateu. O ressurgimento (ou resgate?) da incrível série protagonizada por uma irrepreensível Gleen Close, não acompanhou o brilhantismo das primeiras temporadas, resultando um tanto derivativo. The Killing se livrou do paradigma quase por um triz. A terceira temporada não teve a excelência das primeiras, mas também manteve sua estética – chuva, silêncio e tensão – intocável numa trama que desviava da previsibilidade (de forma mal ou bem sucedida) pelas arestas criadas lá no começo da série, em 2011. Aliás, esse gancho passado é desenvolvido com habilidade no estabelecimento desse novo mistério do casal mais interessante das séries policiais americanas: o detetive Stephen Holder (Joel Kinnama) do Departamento Policial de Seattle e Sarah Linden (Mireille Enos, incrível sempre). O mistério da vez era descobrir quem está por trás de um série de assassinatos cometidos contra jovens moradores de rua da região. A dupla vai se envolvendo nesse submundo e desvendando ligações que vão de aproximações familiares, segredos sobre o responsável pelo principal abrigo da cidade e, claro, o elo direto dessa brecha aberta na temporada passada: o prisioneiro no corredor da morte, Ray Seward (Peter Sarsgaard, em interessante composição).

The Killing (Season 2)

O episódio 10 (antepenúltimo) que mostra o clímax da participação de Ray é um dos mais impactantes e bem filmados que já vi na TV Americana. Mireille, que parece estar sendo redescoberta por Hollywood, tem uma precisão na condução de sua detetive que é primordial para o êxito da série. Creio até que hoje os roteiristas tenham uma preocupação maior em criar desenvolvimento para a trama de acordo com a persona que a atriz brilhantemente criou para sublinhar o todo. O fim é de certa foma surpreendente, mas, principalmente por justificar a transformação, e posteriormente, a desolação de Linden. Tanto que a série termina (um tanto apressada, vale dizer) com um take do rosto da detetive, onde sua feição resume bem o que aquele final representou para si e para a potencialidade da própria atração. Que venha a (até agora indefinida) quarta temporada.

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