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A Malvada (All About Eve)

Escrito e dirigido por Joseph Mankiewicz, o drama de 1950 estrelado por Bette Davis e Anne Baxter (e com a aparição de Marilyn Monroe), se tornou ícone por retratar as relações obsessivas entre um fã e seu ídolo.

anne baxter, bette davis, marilyn monroe & george sanders - all about eve 1950

A jovem Eve (Baxter) é uma fã de Margo (Davis), famosa atriz teatral de meia-idade. Ao conhecer sua estrela, a bela jovem adentra a vida da tal como assistente, e com o decorrer, percebemos que Eve não cuida da vida de Margo apenas por prazer, mas aproveita as mais variadas e criadas situações para se tornar o que sua ídola é: uma estrela.

O mundo feminino é exaurido no drama que mostra a vida de uma vedete. Á época, a atmosfera luxuosa e conhecida de Hollywood e do teatro era condicionada pelas interpretações e beleza das mulheres. Era, a atuação glamurosa, uma coisa feminina, e o sexismo uma outra coisa com que as mulheres tinham que lidar. A idade é um deles.

Annex - Davis, Bette (All About Eve)_03

Interessantemente, a obsessão de Eve sobre Margo pode ser entendida juntamente com dois verbos clichês sobre esse apego exagerado: o ter e o ser. Primeiramente, ela ambiciona ser a vedete. Logo, acaba a tendo, ao entrar na vida da estrela em segundo plano. E, com sua sagacidade, obtêm as glórias que Margo tão bem conhecia. Eve, agora, é Margo.

Curiosamente, sobre essa tara que tão bem nutre os fãs e o público, foi artisticamente discutida por célebres artistas plásticos – Mankiewicz era o cinematográfico -, um pouco mais tarde, ali nos anos 60, como Warhol e suas séries de obras em silkscreen: a iconografia e proximidade que a imagem traz (assunto já de certa entrelinhas dos textos de sociólogos da Escola de Frankfurt a respeito da iconoclastia artística).

Voltando à tela: as atuações das atrizes são compasadamente críveis. Davis como estrela é natural, oras; é ela interpretando ela mesma e seus desafios de carreira. Baxter tem rosto de anjo e olhar de cigana oblíqua – como um dia escreveu Bento, de Machado de Assis – , perfeita para o papel. Um ponto incerto, foi o elenco, o qual gravitou em cima das duas atrizes, o que realmente faz crer que isso foi planejado para o texto.

All-About-Eve

Outro ponto forte são os diálogos, onde nenhuma fala é dispensada. As conversas, as discussões: todas as palavras muito bem intercaladas com as atuações e os personagens e as situações. O drama da mulher substituída é intenso. Não apenas a mulher, mas podemos nos colocar todos no lugar de Margo. O palco, que é a vida, aos poucos é preenchido por novos rostos e sorrisos na próxima cena, na qual já somos apenas figurantes e lembranças.

O título foi o quesito mais estranho: “A Malvada” é precoce para o longa, uma vez que a rabugentisse de Margo e a falsidade de Eve não justificam de fato o teor geral dado pelo roteiro. Tudo Sobre Eve, como no original, seria cabível e alinhado a proposta do escrito, ainda – como bem fez a homenagem de Pedro Almodóvar: Tudo Sobre Minha Mãe.

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