O nu feminino é o tema principal das obras de Mira Dancy, nascida no Reino Unido em 1979. Seus trabalhos não são apenas impressionantes, mas diria que também são uma versão refrescada, atualizada do impressionismo. Uma conversa festeira entre o uso sensorial das cores e formas (como a prática que levou ao movimento do Impressionismo) e a ousadia autêntica na escolha dessas mesmas cores e formas (como explorada pela Art Pop). Com certeza suas referências passam por esses dois lugares.
Não quero encaixar Dancy em nenhum desses movimentos porque sua obra consegue falar, se movimentar, dançar, rir e se destacar por si própria. Aqui, a figura e narrativas femininas estão em protagonismo. A artista começa suas pinturas marcando a estrutura dos corpos com uma tinta preta bem intensa e depois preenche o espaço com cores fortes saturadas. Um eu forte, resistente se transforma e é transformada pela beleza, pelo caos que a cerca.
Como se cada mulher te contasse uma história imediatamente, seja da saída da noite passada, da solidão criativa em casa, da viagem alucinada do fim de semana ou da corrida até o mercado antes dele fechar. Mulheres presentes, potentes, sós ou juntas, num impacto de cores, de informação e sinestesia.
Formada pela School of The Arts, na Columbia University em 2009, Dancy já participou de exposições em Houston, Los Angeles, Brooklyn e Nova York (onde fica seu estúdio).

Fonte: Pencil in The Studio

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