SINOPSE: Battle Creek, Halloween de 1991. Principal estrela do basquete do ensino médio local, Craig Ellison, é encontrado morto com um tiro na cabeça e um revólver na mão. Em choque, todos acreditam se tratar de um caso de suicídio, especialmente após surgirem rumores sobre rituais de adoração satânica na região. Mas à medida que a rebelde e carismática Lacey Champlain se aproxima da tímida e solitária Hannah Dexter, segredos assustadores envolvendo a morte de Craig podem vir à tona. Vidrada por Kurt Cobain, a sedutora Lacey aos poucos transforma a impressionável Hannah numa cópia de si mesma. E as consequências dessa amizade obsessiva são sombrias e violentas.
A autora
Garotas Más (Girls on Fire – A novel, tradução de Elisa Nazarian) traz a obsessão como principal base para compor sua narrativa. Escrito pela norte-americana Robin Wasserman, sua estreia em um suspense que mistura o conservadorismo de uma cidade pequena dos Estados Unidos, da rebeldia e da solidão adolescente em meio ao assassinato de um jovem. Logo, nas primeiras páginas, Wasserman nos apresenta um grupo de adolescentes em um ônibus, dois deles estão no centro da narrativa, situada em uma pequena cidade ocidental da Pensilvânia no início da década de 1990. Os dois personagens são Hannah Dexter e Lacey Champlain. Uma amizade que se baseia no ódio mútuo a popular Nikki Drummond, uma típica Manic Pixie Dream Girl, estereótipo encontrado em muitas narrativas.
Lacey é uma novata, que acabou de chegar em Battle Creek; com seu estilo grunge, ela é tratada com suspeita e leve curiosidade por seus novos colegas de escola. Encontra Hannah, a “Dex”, que passou anos sem amigos que pudesse confiar, encontra uma colega para se contar. As duas detestam Nikki, que não se tornou mais agradável desde que seu namorado, Craig, cometeu suicídio no Halloween. Lacey e Hannah se dedicam uma a outra, de uma forma inquietante, e quando Lacey se interessa pelo satanismo, o caminhar da narrativa já se deriva para algo imprevisível.
No mais, não é justo revelar mais detalhes do enredo de Girls on Fire ou Garotas Más, como saiu aqui pelo selo da Rocco. Com uma temática adulta, com cenas de sexo e violência, seu jovem autor, constrói um suspense com cuidado. Não é um thriller de ação ininterrupta, mas uma novela literária perfeitamente construída, e que é extremamente difícil colocar as meninas no fogo, devido aos seus personagens: a Hannah é uma pessoa que se descobre atraente, Lacey é uma garota bastante convincente e terrível, e Nikki é surpreendentemente complexa, a relação entre Lacey e Hannah – as duas se tornam dependentes uma da outra, o que leva ao climax de As Garotas Más que leva ao final chocante e magistral.
Wasserman abusa do pânico satânico dos anos de Reagan-Bush, e o resultado é uma novela que é terrível, perturbadora e hipnótica. Uma boa estreia no gênero, mas o uso da violência poderá afastar os mais incautos.
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