A série El Cid chega ao Amazon Prime como uma premissa, a atenção para um épico histórico baseado em fatos ocorridos sobre sobre Rodrigo Díaz de Vivar “El Cid”, o cavaleiro e senhor da guerra castelhano do século XI.
Podemos dizer que The Boys tem sido a melhor série da Amazon até hoje, mas o streaming precisa de algo a mais para gerar um interesse real na plataforma. É aqui que El Cid pode desempenhar um papel fundamental para conseguir esse interesse com os cinco episódios de sua primeira temporada. Não é ‘Game of Thrones, mas o melhor da série está nas batalhas.
O caminho de Ruy para se tornar El Cid
Esta primeira temporada funciona como uma introdução em todos os sentidos. Por um lado, o personagem interpretado por Jaime Lorente descobre o quão longe é capaz de chegar e também do que pode esperar daqueles com mais poder na escala social. Temos mais do que uma introdução parece o começo a grande aventura que foi a vida do lendário Rodrigo Diaz de Vivar.
Portanto, em paralelo ao crescimento de protagonista da série, testemunhamos intrigas palacianas, com o rei Fernando I de Leão, que já desconfiava de algo estranho está acontecendo, mas sem saber exatamente. Aí a série até certo ponto dá a importância aos personagem com mais experiência de vida nesta primeira temporada, mas lança as bases para uma nova geração de personagens que têm lutado ou fazem todo o possível para o conseguir.
Talvez seja um exagero dizer que a primeira temporada transite como uma introdução, mas a série dá uma sintonia com uma passagem para seus personagens mais jovens. Além disso a narrativa flui adiante o tempo todo, sem dá aos personagens toda a profundidade desejada, reduzindo a força de algumas situações.
É aí que a série se beneficiária se tivesse dividido sua primeira temporada em um maior número de episódios, já que há personagens que prometem, mas que não conseguem se desenvolver, como no caso dos muçulmanos. Até certo ponto os roteiristas têm a desculpa da história e de que certos acontecimentos deveriam acontecer, mas poderiam ter sido alcançados com um pouco mais de temperança.
O ritmo da série
Será que os responsáveis por El Cid temiam que o público considerasse a série uma proposta ultrapassada e, sobretudo, quisessem torná-la o mais acessível? Não seria surpresa se fosse esse o caso e que, em certa medida, esta primeira temporada foi um passo necessário para chegar ao que é realmente interessante na história de seu protagonista.
Felizmente, um ritmo fluido não é a única virtude da série, já que o desenvolvimento das cenas de batalha também ganham destaque. Mesmo sendo viscerais, as situações que a série recorre com a sua brutalidade parece algo quase lógico e inevitável. São poucas, mas por si só já vale a pena dar uma chance à série ao transformá-la em algo mais do que um passatempo histórico.
Um trabalho convincente da maioria do elenco, com algumas exceções que não convencem muito, mas nada sério também, mas o essencial é quão bem Lorente suporta o peso da história. É verdade que o seu destaque fica um pouco aquém do esperado, provavelmente pelo desenvolvimento narrativo da primeira temporada, mas também por não se limitar a inclinar-se em ser uma versão medieval de Denver, apesar de que pequenos traços surgem aqui e ali do seu personagem em La Casa de Papel.
Além disso, há a impressionante demonstração técnica para a reconstrução do período, tanto quando os eventos são em campo aberto ou quando está em ambientes fechados. Não há nenhum traço aqui da temida pedra de papelão a que outras produções semelhantes teriam recorrido não há muito tempo.
Em resumo
El Cid pode não ser aquela grande série que esperávamos na Amazon, mas é uma proposta divertida que sabe dar o melhor de si em cenas de batalha. Pode parecer ser apressada para tudo o que se deseja alcançar, mas ainda é o caminho necessário para chegar a um final de temporada que funciona, na verdade, mais como o início do que está por vir. Bem, esperamos que seja renovada.