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O dia das mulheres no Palco Sunset

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Pop e soul de qualidade marcaram as apresentações do 4º dia do festival. Corinne Bailey Rae e Jesse J foram os grandes destaques

O início da segunda semana do Palco Sunset doRock in Rio teve uma quinta-feira (8 de setembro) marcada pela presença feminina, soul e pop de muita qualidade, e pela grande participação e animação do público.

Duda Beat, Gloria Groove, Corinne Bailey Rae e, principalmente, Jessie J, mostraram o acerto da produção do Rock in Rio na escalação de um lineup totalmente feminino, que resgatou a boa música para um público que lotou o Sunset.

Duda Beat abre o dia com sofrência pop

A cantora pernambucana Duda Beat levou a sua sofrência pop ao Palco Sunset e comandou uma plateia que parecia conhecer suas músicas de cor.

Escalada como primeira atração do dia, Duda já encontrou um ótimo público torrando sob o sol da Barra da Tijuca e tratou de esquentar ainda mais a temperatura.

Com canções conhecidas do público, a Rainha da Sofrência fez muita gente cantar músicas como Tangerina”, “Chapadinha” e “Bixinho”.

Em destaque desde 2018, Duda aproveitou o seu tempo no Sunset para levar o seu “universo dor de cotovelo” – com direito a dez bailarinas e muita coreografia – e lavar a alma dos sofredores de amor.

A cantora também aproveitou para homenagear Gal Costa com uma versão de “Vou Recomeçar” e inserir um certo tom político em uma apresentação que foi o pontapé inicial perfeito para uma tarde/noite muito agradável para os amantes da boa música.

Gloria Groove usa e abusa de efeitos especiais e figurinos

https://youtu.be/4MUeSFbZhls

Na sequência, Daniel Garcia Felicione Napoleão ou simplesmente Gloria Groove, que já havia se apresentado na edição de 2019 como convidada de Karol Conká, teve a oportunidade de ter um show solo.

E a primeira drag queen a fazer uma apresentação solo não desperdiçou a oportunidade. Usando e abusando (no bom sentido) de efeitos especiais, coreografias e trocas de figurinos, Gloria uniu canções autorais com composições que foram sucesso nas vozes de artistas como Cazuza, Pitty e Cassia Eller.

O público gostou, e canções como “Vermelho”, do álbum Lady Leste, ganharam um coro de milhares de vozes.

Uma apresentação muito bem-sucedida.

Corinne Bailey Rae e seu soul intimista romântico

No triste dia da morte da rainha Elizabeth II, a inglesa Corinne Bailey Rae, subiu o nível das apresentações do Palco Sunset de uma maneira absurda.

Com um repertório baseado em canções de seus três álbuns – “Corinne Bailey Rae” (2006), “The Sea” (2010), e “The Heart Speaks in Whispers” (2016) – e alguns ótimos covers como “Is this love”, de Bob Marley, Corine deve ter ajudado na construção de vários romances.

Acompanhada por apenas três músicos, Corine conseguiu levar um clima intimista a um palco enorme.

A belíssima “Girl, put your records on”, um dos pontos alto da apresentação, ganhou um belo coro dos fãs.

E chegou a hora da talentosa e falante (demais) Jessie J

Vamos deixar uma coisa clara: ninguém é convidado para três edições do Rock in Rio à toa e Jessie J comprovou isso no show que encerrou as atividades do Palco Sunset.

Outra inglesa a se apresentar no dia da morte da rainha, Jessie mostrou o porquê de ser um dos grandes nomes do soul/R&B.

Voz potente, banda competente, uma boa dose de descontração e um repertório dos mais inspirados.

Esse foi o roteiro do que Jessie J apresentou ao público do Rock in Rio, em um dos melhores momentos do festival até agora.

Com o público na palma da mão desde os primeiros acordes de “Do it like a dude” até os últimos momentos de “Domino”, a cantora controlou a multidão do jeito que quis.

Esteva tão confortável que até tirou os sapatos (com a ajuda de um fã) e elogiou a beleza dos próprios pés.

Jessie J só não tirou um dez porque pareceu esquecer que estava em um país que não fala inglês e, em vários momentos, desandou a conversar, brincar e dar conselhos para a plateia.

É fato que grande maioria não entendeu nada do que ela disse e que ficaram pensando: “bem que ela podia parar de falar e cantar outra música”.

Tomara que ela seja uma atração tão constante quanto o Guns N’ Roses.

Ave Jessie J!

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