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Resenhando “Flash: Volume Um” – Renascimento DC

A velocidade em nossa realidade é tão somente uma magnitude física de caráter vetorial que expressa a distância percorrida por um objeto numa unidade de tempo. Entretanto, fisicamente falando, velocidade, espaço e tempo estão no cerne de um dos personagens mais importantes da DC Comics. Seu uniforme vermelho, seu emblema, o pulso energético a sua volta, o odor de ozônio, o instante em que tudo ao seu redor se detém. O relâmpago e o legado fazem do Flash um personagem arrebatadoramente interessante.

Lembrando da disciplina de Física, a maior distância, a igual unidade de tempo, maior a velocidade. Com o Renascimento do Universo DC a série do Flash adquire uma nova dimensão se tornando o centro de tudo que está ocorrendo neste novo universo. Não é só a série do velocista, mas o ponto focal que tudo flui e onde encontraremos grandes surpresas. O personagem volta a desfrutar um momento seu, merecido (sobretudo após os números finais dos Novos 52), recuperando a essência do personagem e o que representa, não tão somente para si, mas para a cidade que o acolhe, Central City.

A série, publicada pela Panini em um volume, com os 5 primeiros números, é cheia de energia, raios e relâmpagos em um frenesi argumental que Joshua Williamson e Carmine Di Giandomenico que segue seus predecessores, Mark Waid, Geoff Johns e Francis Manapul para encontrar o caminho certo, marcando seu próprio destino dentro da série e do personagem.

Williamson planejou a série seguindo a ação da atividade de Barry tanto como o super-herói, como também do seu cotidiano de membro da Polícia Forense. Um roteiro que se completa num cenário com um resultado enriquecedor para o personagem. No primeiro número, o especial Renascimento, que informa mais sobre o regresso del Wally West original, o roteirista cria um relato emotivo, que leva ao impressionante momento em que Barry e Wally se reencontram entre lágrimas. Uma homenagem ao conceito que sempre acompanhou o personagem e que aqui se apresenta de forma épica. É impossível  não sentir a emoção das cenas de ambos velocistas correndo juntos pelas ruas de Central City, felizes, mas conscientes de que tal circunstancia iniciará uma série de acontecimentos que serão explorados ao longo do volume.

A ambientação e o cenário corroboram para uma história sobre o legado do personagem. Central City está cheio de velocistas. Dezenas de pessoas adquirem poderes após uma estranha tormenta e só o Flash pode guiá-los em suas novas vidas, enquanto um novo inimigo, Deus da Velocidade (Godspeed), semeia o caos e a morte na cidade ameaçando não só inocentes, como também muitos criminosos que estão presos em Iron Height. A trama se move ao redor deste planejamento, enquanto explora novas pistas sobre o que se viu Universo DC: Renascimento. E o reflexo que Williamson desenvolve dar a necessidade de Barry de questionar sobre suas capacidades e sua vida. Como Barry, o homem mais rápido da Terra, pode chegar atrasado em um compromisso, descuidar de suas tarefas como forense ou não poder sustentar todas as ameaças que parecem querer acabar com a cidade e sua pessoa? O tempo é o pior inimigo e o autor entende, pois concede alguns minutos de calmaria ao personagem neste primeiro arco narrativo. Uma metáfora do cotidiano que todos passamos e que nos impede de desfrutar momentos sensíveis.

Acompanhando Williamson está o artista Carmine Di Giandomenico, um desenhista de traço nervoso, intenso e anguloso, que dá forma física à velocidade propriamente dita. Seu desenho rústico resulta numa arte que gostei, mas poderá ser difícil para outros, pois precisa se acostumar com seu estilo. A arte do espaço, da Força de Aceleração, da ação em si é melhorada pelas tintas/cores de Ivan Plascencia, mas a falta do desenhista principal é sentida e bastante dolorosa, pois os desenhistas suplentes, Felipe Watanabe e Neil Googe, são incapazes de plasmar a narrativa com o dinamismo do lápis de Di Giandomenico.

Flash possui tudo para cativar os leitores antigos e os novos, aqueles que acompanham a série de TV. A série retoma a senda que nunca deveria ter abandonado, com histórias com tramas equilibradas, bem desenvolvidas para uma sequência de histórias e como é parte essencial do Renascimento, merece atenção pelo que implica no Universo DC.

Cotação: Muito Bom

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