Mulheres ocupam 16% dos cargos em conselhos de empresas brasileiras listadas na Bolsa

A diversidade de gênero continua a ser um desafio para o setor empresarial brasileiro, uma situação que se reflete na composição das diretorias executivas. Um estudo elaborado pela consultoria corporativa e de liderança Heidrick & Struggles traz novas percepções para esse debate.

O relatório, que faz parte de um estudo de longa data sobre tendências na composição de conselhos administrativos em países ao redor do mundo acompanha e analisa as tendências nas nomeações de diretores não executivos para os conselhos das maiores empresas de capital aberto.

De acordo com o levantamento, as mulheres representam  apenas 31% dos assentos ocupados ao longo de 2022 nas empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Embora a cifra seja a mesma registrada no ano anterior, ela representa uma estagnação em relação a 2019 e 2020, quando os índices foram de 20% e 22%, respectivamente. Essa menor diversidade no quadro geral de colaboradores se reflete diretamente nos grupos de tomada de decisão das empresas. Segundo o relatório, as mulheres ocupam apenas 16% dos cargos nos conselhos de administração das empresas B3.

Além disso, de um total de 169 empresas com ações na B3, apenas 44% delas têm duas ou mais mulheres atuando em cargos de alta gerência. Isso sugere que pode haver barreiras ou percepções que impedem o crescimento das mulheres a cargos de alta responsabilidade.

“A diversidade nas empresas é uma exigência tanto do mercado como da sociedade como um todo. Cada organização deve olhar para si, rever suas estruturas, seus processos e estabelecer uma cultura plural em seu cotidiano e suas equipes. Do contrário, seus negócios e sua reputação podem ficar estagnados ou ser prejudicados”, ressalta Ana Paula Chagas, parceira no escritória da Heidrick & Struggles’ em São Paulo.

No ano de 2022, quando se observa os diferentes nichos de mercado, as empresas de tecnologia e serviços se destacaram ao apresentar uma proporção de nomeações femininas significativamente maior, alcançando 56%. Em contrapartida, os setores de empresas voltadas para o consumo em geral (37%), serviços financeiros (33%), saúde (25%) e indústria (23%) refletiram as tendências gerais identificadas na pesquisa.

Projeção para o futuro

A B3 estabeleceu que até 2026 as empresas listadas no índice precisam incluir pelo menos uma mulher e uma minoria sub-representada em seus conselhos de administração ou equipes executivas. Do contrário, terão de se explicar publicamente sobre o porquê do não cumprimento da norma.

Para Chagas, a exigência serve como um indicativo de que o panorama ilustrado pela pesquisa pode se transformar nos próximos anos, à medida que as empresas precisarão cumprir o novo requisito regulatório de divulgar a representação de gênero, etnia e raça em seus órgãos de decisão. 

“É importante que outros órgãos fiscalizadores, federações e associações de trabalhadores também exijam das companhias um compromisso integral com maior diversidade na sua força de trabalho. O mercado precisa assimilar constantemente as demandas que já se fazem presentes na sociedade”, completa.

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