ATENÇÃO: CONTEÚDO ADULTO.
A principal estreia do final de semana é a parte final da trilogia “50 Tons de Cinza”. Para muitos, a série de filmes, assim como sua matriz literária, é um embuste como dramaturgia erótica. O filme certamente seguirá o caminho dos predecessores em desempenho nas bilheterias.
Para você que que está alheio às aventuras de Anastacia e Christian Grey, damos aqui sete dicas de filmes eróticos que merecem ser vistos. Afinal de contas, (nas mãos corretas, é claro) o sexo pode ganhar contornos artísticos.
O Último Tango em Paris (Ultimo Tango a Parigi, ITA/FRA 1972)
É considerado a obra-prima do erotismo no cinema ocidental, sendo uma referência no gênero. Anos mais tarde, veio a público a informação de que a cena em que o personagem de Marlon Brando sodomiza a personagem de Maria Schneider usando manteiga como lubrificante foi real. E combinada com o diretor, Bernardo Bertolucci. A ideia da manteiga foi de Brando.”Não contei (a Schneider) o que ia acontecer porque queria que a sua reação fosse a de uma garota, não a de uma atriz”, disse o cineasta italiano em uma entrevista de 2013. Isso acarretou um até justificado repúdio à produção. Polêmicas a parte, não há como negar a qualidade do filme do ponto de vista estético (destaque para a fotografia primorosa de Vittorio Sttoraro) e dramático.
O Império dos Sentidos (Ai No Korîda, Japão 1976)
O tórrido e conturbado relacionamento da ex-prostituta Sada (Eiko Matsuda) com seu atual patrão Kichizo (Tatsuya Fuji) no Japão dos anos 1930 rendeu uma das tramas eróticas mais intensas da cinema. Além de ótimas atuações, o filme apresenta uma trama densa e cenas realmente fortes como o bukake de Kichizo em Sada e o momento em que em que um ovo cozido e colocado dentro da vagina da protagonista, sendo logo depois “botado” na boca de seu amante. Isso sem falar no consolo em forma de passarinho usado em uma orgia.
9 1/2 Semanas de Amor (9 1/2 Weeks, EUA 1986)
É chamado de “O Último Tango em Paris da era do videoclipe”. Adrian Lyne com sua fotografia estilizada criou uma radiografia das relações interpessoais daquela época yuppie. A canastrice de Mickey Rourke é totalmente eclipsada pelo brilho e sensualidade de uma Kim Bassinger no auge de sua beleza. E, claro, como em muitos filmes dos anos 80/90, a trilha sonora é indissociável. ‘Slave to Love’ de Bryan Ferry gruda nos ouvidos assim como ‘You Can Leave Your Hat On’ no vozeirão de Joe Cocker, que serve de trilha para um dos melhores strip teases do cinema.
A História de O (Histoire d’O, França 1975)
Corinne Cléry protagonizou com beleza e magnetismo a história dirigida por Just Jaeckin, o responsável por lançar Sylvia Kristel como símbolo sexual em Emmanuelle. Na trama, a bela O convence seu namorado a apimentar a relação com boas doses de sadomasoquismo.
Henry & June – Delírios Eróticos (Henry & June, EUA/França 1990)
O diretor Phillip Kaufman realizou uma acertadíssima adaptação do romance escrito por Anaïs Nin. A trama narra o triângulo amoroso vivido pela escritora na Paris do início da década de 30 com o escritor Henry Miller (Fred Ward) e sua esposa June (Uma Thurman). Anaïs (vivida por Maria de Medeiros) começa a admirar o amor que Henry nutre por June e acaba se apaixonando também pela esposa do amante. Uma Thurman e Maria de Medeiros têm momentos sublimes nessa obra.
Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d’Adèle, FRA/BEL/ESP 2013)
A bela história entre duas jovens lésbicas gerou polêmica. Para alguns, pura exploração de cenas de sexo explícito entre duas mulheres para deleite masculino. Para outros, uma obra corajosa e de afirmação de gênero. A verdade é que não dá para ficar indiferente à pujante jornada de descobrimento da jovem Adèle quando conhece Lea e se envolve com ela. Venceu por unanimidade a Palma de Ouro em Cannes.
A Criada (Ah-ga-ssi, Coreia do Sul 2016)
Park Chan-Wook conduz com maestria a desconcertante trama passada na Korea durante a ocupação japonesa. A jovem Sookee (Kim Tae-ri) é contratada para trabalhar para uma herdeira nipônica, Hideko (Kim Min-Hee), que vive isolada ao lado do tio autoritário. Mas Sookee tem como verdadeira missão desposar a herdeira, roubar sua fortuna e trancafiá-la em um sanatório. No entanto, surge uma reviravolta e uma crescente tensão. Um filme que cumpre com a promessa de surpreender.
De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut, EUA/GB 1999)
Dizem que Stanley Kubrick nunca fez um filme ruim. Ou que um Kubrick medíocre ganha de lavada de 99% do que está em cartaz. “De Olhos Bem Fechados” dividiu a crítica e também os fãs do cineasta. Mas é um daqueles casos em que o tempo abrilhanta a obra. Toda a tensão construída em torno da relação do casal William (Tom Cruise) e Alice (Nicole Kidman) foi a custa de 400 dias de filmagem. E muito, muito desgaste psicológico para os dois astros, na época marido e mulher. “Fico feliz porque Nic e eu não fizemos este filme no primeiro ou segundo ano do nosso casamento”, disse o ator, em uma entrevista de 1999. Há quem diga que as filmagens foram o estopim para o término do casamento dos dois, no ano seguinte.
9 Canções (9 Songs, Reino Unido 2005)
Outro longa que deixou público e crítica bastante divididos. Michael Winterbottom promove aqui uma jornada com cenas de sexo explícito alternadas com clipes musicais ao vivo. Devido ao teor das cenas, chegou a ser colocado na categoria pornô. Não é para todos os gostos, mas não deixa de ser um exercício artístico.
- 50 Tons de Cinza
- 9 1/2 Semanas de Amor
- A Criada
- A Hisória de O
- Azul é a Cor Mais Quente
- Bernardo Bertolucci
- Corinne Cléry
- De Olhos Bem fechados
- Eiko Matsuda
- Fred Ward
- Henry e June
- Império dos Sentidos
- Just Jaeckin
- Kim Bassinger
- Kim Min-Hee
- Kim Tae-ri
- Maria de Medeiros
- Maria Schneider
- Marlon Brando
- Michael Winterbottom
- Mickey Rourke
- Nicole Kidman
- Nove Canções
- O Último Tango em Paris
- Park Chan-Wook
- Phillip Kaufman
- Stanley Kubrick
- Tatsuya Fuji
- Tom Cruise
- Uma Thurman
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