Final do século XIX. George (Rod Taylor) é um cientista que, cansado da ignorância do seu tempo, decide construir uma máquina do tempo. Ele sonha em conhecer o futuro, onde acredita que encontrará a paz entre os homens. Porém, ao conseguir realizar a viagem, George surpreende-se com o que encontra. A raça humana está dividida em duas, sendo que, na superfície, as pessoas são pacíficas e nos subterrâneos, são deformadas e canibais. Para regressar à sua época, George precisa ir até os subterrâneos, já que sua máquina do tempo está com o povo que lá vive.
A Máquina do Tempo (The Time Machine) foi um dos melhores filmes de George Pal (1908-1980). Pal foi o colaborador mais importante da ficção científica na década de 1950, tendo produzido filmes como A Conquista da Lua (1950), O Fim dos Mundos (1951), A Guerra dos Mundos (1953), entre outros. O sucesso das adaptações de 20.000 Léguas Submarinas (1954) e A Volta ao Mundo em 80 Dias (1956), de Júlio Verne, despertou o interesse pelo scifi da época. Depois de várias adaptações de Verne, os cineastas começaram a recorrer ao contemporâneo de Verne, HG Wells, como fonte.
The Time Machine (1895) , de Herbert George Wells, é um clássico da literatura de ficção científica. Essencialmente popularizou o conceito de viagem no tempo e certamente da máquina do tempo. Wells era um socialista com opiniões consideráveis sobre como a sociedade deveria ser, um socialismo utópico.
No livro, Wells via o futuro da humanidade numa visão satírica do conflito de classes britânico. Os Eloi são condenados com muito mais selvageria no livro do que aqui no filme – Wells via os Eloi como a classe mais alta, entorpecida pelo conforto, enquanto os Morlocks que viviam no subsolo eram os substitutos dos trabalhadores da fábrica vitoriana. Em um elemento que falta no filme, Wells viu a relação entre os dois como co-dependente e exploradora – os Morlocks forneciam tudo para os Eloi enquanto os Eloi em troca se permitiam ser devorados. No filme, os Eloi são apenas uma raça que precisa ser libertada da escravidão opressiva por um estranho.
Agora, a história não é muito diferente dos filmes de ficção científica dos anos 1950, como 20 Milhões de Léguas a Marte (1956), Além da Barreira do Tempo (1960) e Passagem para o Futuro (1964), onde geralmente um astronauta ou piloto de teste viaja para o futuro, entra em conflito com uma raça mutante e salva uma garota.
A Máquina do Tempo continua sendo um deleite singular. George Pal mantém o ritmo do livro, e apesar das deficiências significativas na história, o filme é atmosférico, em parte devido aos efeitos especiais que renderam ao filme um Oscar.
Com melancolia sobre o presente e curiosidade sobre o futuro, o viajante do tempo parte para o mundo de amanhã. O que descobre é fundamentalmente desanimador, mas aqueles que encontra têm potencial para ser mais do que são. São declarações como essas, bem como um design impressionante e atemporal, que tornaram essa adaptação uma boa pedida.Mesmo do ponto de vista de hoje, a história é convincente, mesmo com as ressalvas seus personagens e o cenário são bastante interessantes. Feita com perfeição para a época, A Máquina do Tempo tem algo que muitas produções perderam desde então: o charme.
Homenagem Póstuma: Yvette Mimieux (1942-2022)
Yvette Mimieux, que alcançou o estrelato no início dos anos 1960 retratando mulheres delicadas e frágeis em vários filmes morreu na noite de 17 de janeiro desse ano, em sua casa em Los Angeles. Ela tinha 80 anos.
Yvette Carmen Mimieux nasceu em Hollywood, Califórnia, em 8 de janeiro de 1942. Filha de uma mexicana Maria (Montemayor) e de um inglês, descendente de franceses e alemães, René Mimieux, um ocasional figurante de cinema. Sua carreira começou após um publicitário de Hollywood persuadi-la a ser atriz. E das aparições em seriados a Vicente Minnelli (1903-1986) escalá-la para A casa da colina (1960) foi um pulo.
Logo. os produtores da MGM ficaram suficientemente impressionados com sua aparência e assinando um contrato de longo prazo. Seu primeiro papel de destaque, A Ilha das Víboras (1960), lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro como Revelação Mais Promissora. Ela foi então devidamente ‘lançada’ com o papel de Weena, a ingênua garota Eloi, em A Máquina do Tempo (1960).
Nesse mesmo ano, Mimieux também interpretou um colegial despreocupado em Bastam Dois para Amar (1960), uma comédia adolescente (com tons sérios) que trata da sexualidade adolescente. As atuações foram bem recebidas pela crítica, mas também definiram a tendência para os papéis que interpretariam ao longo da carreira.
Dois anos depois, Mimieux fez uma atuação genuinamente convincente como Clara Johnson, uma deficient mental que conquista o afeto de um jovem italiano em Luz na Praça (1962). Veio uma enxurrada de papéis, interpretando heroínas mais convencionais em Os Tiranos Também Amam (1962) (irmã de um barão fanfarrão), Viagem para a Morte (1965) (namorada de um fugitivo) e Os Mercenários (1968) (garota sequestrada por mercenários no Congo), Mimieux começou a se concentrar em filmes para a televisão, o que lhe deu a oportunidade de expandir ainda mais seu alcance dramático.
Escrevendo e atuando em Atração Fatal (Hit Lady1974) como uma assassina contratada em Hit Lady(1974) e como uma fã obcecada por um ator em Obsessão Fatal (1984). Durante anos, Mimieux esteve em toda parte nos anos 1960 e 1970, nomeada a 3 Globos de Ouro, incluindo por seu papel, em The Most Deadly Game (1971-1972).
Um de seus últimos filmes notáveis foi o filme da Disney de 1979 O Buraco Negro. Mimieux se aposentou do show business antes de completar 50 anos. Seus interesses – incluindo arqueologia, pintura e viagens – iam além da fama. Fora das telas, Mimieux era muito mais do que a jovem estrela ingênua que tentaram classificá-la. Uma personalidade discreta, até mesmo enigmática, fez de tudo durante sua carreira para manter a imprecisão em torno de sua vida privada.
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