“O Despertar da Força” foi a maior bilheteria de 2015 e é a segunda maior arrecadação da História do cinema. “Rogue One – Uma História Star Wars” fez mais de um bilhão em bilheterias em 2016. Era esperado que todos os donos de cinemas estivessem salivando por “Os Últimos Jedi”. Mas não é bem isso que está acontecendo nos Estados Unidos. Por mais absurdo que pareça, algumas cadeias de cinema americanas podem se recusar a exibir o oitavo episódio da saga intergalática que há 40 anos é sinônimo de faturamento alto.
A explicação está em uma exigência feita pela Disney. A companhia estaria impondo às redes de multiplex americanas um acordo um tanto oneroso de se cumprir. Esse acordo inclui 65% da receita das vendas de ingressos para a Disney, a porcentagem mais alta que um estúdio de Hollywood já exigiu. Além disso, os termos forçariam os complexos a exibirem o filme em sua maior sala por pelo menos quatro semanas.
A título de comparação, os dois filmes anteriores da franquia, o estúdio exigiu 64% da receita da venda de ingressos e compromissos de quatro semanas. Já as produções da Disney só exigem um compromisso de duas semanas.
E no caso de quebra de qualquer condição do acordo por parte do cinema – puxando apenas um rastreio da programação, por exemplo, ou mesmo anunciando o filme antes que a Disney dê sua aprovação – o estúdio cobraria uma penalidade de 5%, elevando a sua tomada para 70% da receita de venda de ingresso. De um modo geral, os estúdios obtêm entre 55 e 60% dessa receita de lançamentos domésticos. As ofertas internacionais variam, mas a média gira em torno de 40% para os filmes exibidos no exterior.
Se isso for mesmo confirmado, fica caracterizado como uma medida extremamente covarde da Disney. O estúdio tem força suficiente para que suas produções dominem o mercado exibidor quando lançadas. Imposições como essa são desnecessárias. A menos que haja intenção em monopolizar o mercado. Isso como se não bastasse a ausência de concorrentes no período. O fim de ano não traz a enxurrada de blockbusters do verão. Normalmente uma superprodução ou duas é lançada nessa época. E, assim como em 2015, os estúdios estão evitando um confronto direto.
Em 1999 George Lucas também fez exigências para a exibição de “A Ameaça Fantasma”. O filme só poderia passar em salas com qualidade de som e projeção de acordo com padrões estabelecidos pela Lucasfilm. Também fora estipulado o prazo mínimo de quatro semanas para exibição. Mas o filme foi lançado em maio, época em que toda semana há um grande lançamento.
Star Wars: Os Últimos Jedi estreia nos cinemas brasileiros em 14 de dezembro.
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