Festivais de cinema (e eu já acompanho alguns há pelo menos 4 anos) revigoram meu amor pelo cinema, mas as vezes conseguem exercitar minha paciência (ou falta dela). Seguindo na mostra Premiere Brasil do Festival do Rio 2013, hoje foi dia de correr para assistir “Quase Samba”, primeiro longa metragem do diretor Ricardo Targino (do interessante curta Ensolarado).
A ficha técnica é até curiosa com nomes como a cantora Mariene de Castro e Otto entre os protagonistas e produção de Vania Catani. A trama prometia mostrar uma cantora de rádio (Mariene) grávida, que se vê dividida entre dois homens que acreditam ser o pai da criança. Dá-se o conflito entre um miliciano, um hacker e ainda Shirley, o fiel escudeiro da cantora, um cross-dresser que com ela já cria seu primeiro filho. Targino, excitado com a representatividade de um primeiro filme, fica limitado entre a pretensão e a prolixidade, dando vazão mais a uma estética do que propriamente a potencialidade de sua trama, que em meio há tantas elipses e artimanhas de linguagem (algumas chupadas de Godard), acabaram tão dissolúveis, quanto a profundidade de seus personagens (presos a devaneios narrativos). Se a ideia era a sensorialidade, alcançou no máximo a banalidade dos chamados filmes de arte. Isso talvez seja reflexo de um cineasta autoral que esteja em desenvolvimento. Talvez. Com Quase Samba (também definido pelo diretor como um musical afetuoso), o que fica é uma falta de meio termo.
[xrr rating=1.5/5]
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