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“Killer Joe” é mais um imperdível filme para se orgulhar de 2012

Uma das carreiras mais prolíferas de Hollywood é a do diretor William Friedkin, que se converge numa inquieta busca constante pelos indivíduos que estão á margem da normalidade social e se deparam com confrontos extremos que dizem mais sobre o meio do que o próprio fim relacionado. Isso foi intensificado em obras que levantavam bandeiras políticas no pioneiro Operação França, discutiam a relação oculta da fé em O Exorcista, colocavam uma lupa no microcosmo marginalizado de Parceiros da Noite, ou mesmo no recente Bug, que reafirmou a inquietação gráfica do diretor. Nesse ínterim entre bons filmes chegou a fazer bobagens, mas nada que afetasse seu rigor, como vemos em seu novo longa.

Killer Joe, seu novíssimo filme, oficializa de vez que o vigor do diretor só solidifica ao longo dos anos.  Matthew McConaughey interpreta o policial Joe Cooper, encarregado de um assassinato por uma família de seio um tanto ordinário. Emile Hirsch dá vida a um jovem problemático que por causa de uma dívida engendra ao lado do pai, papel de Thomas Haden Church (ótimo), a morte da mãe. Para isso, os dois visando o lucro do seguro, contatam por recomendação, o melhor sujeito para o serviço, o metódico cowboy da lei Killer Joe. Para além disso, Joe se apaixona pela idiossincrática Dottie ( Juno Temple, na medida), irmã e filha dos contratantes. E que também acaba virando moeda de troca de garantia caso algo dê errado.

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É curioso como o filme evoca ranços tanto de Quentin Tarantino e dos irmãos Cohen. A obra é baseada numa peça de 1998, criada por Tracy Letts, o mesmo de Bug. Assim como a obra anterior, o filme mantém a alta dose de insanidade na radiografia de de seus seres no limite de suas vidas ordinárias. O extremos da violência gráfica é consonante com um ideário nonsense de seu discurso. E acabamos acompanhando tudo com bem vindo ar de incredulidade, afinal uma lupa só é intensificada sobre um meio se ela justificar tamanho interesse alheio e Friedkin não poupa sensibilidade ao aumentar esse grau de foco, resultando num filme visceralmente impactante e estranhamente divertido.

Para isso, contou com a atuação pungente de Matthew McConaughey que aproveita todas as suas cenas com uma intrepidez cínica digna de prêmios. Aliás, o ator só tem feito filmes que o dignificam como artista, algo bem raro na última década. Talvez por ele fazer muita concessão ao mercado, porém bem ciente de seu potencial. E isso é comprovado nesse filmaço em que sua performance é vital para efetividade do que o diretor propunha. É um prazer vê-lo em cena, principalmente se lembrarmos das diversas comédias românticas insípidas que atuou. Taí, o filme pode ser lido como uma alegoria dos desacreditados (e sem final feliz) sob o ponto de vista de uma América que despreza seus indivíduos. E McConaughey entra nessa soma para fazer valer a ironia dos termos no bizarro mercado Hollywoodiano. É ou não é para se respeitar William Friedkin?

[xrr rating=4.5/5]
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