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“Kong: A Ilha da Caveira” surpreende em sua condição de puro entretenimento

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Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, EUA/2017) é tão surpreendente quanto a dimensão da estatura de seu King Kong. Sim, a superprodução dirigida pelo quase novato Jordan Vogt-Roberts se destaca pelo profundo domínio narrativo e estético do diretor sobre o universo que instiga. Suas assertivas referências de fotografia (repare no inusitado uso da calorimetria) e música (ecos de Guardiões da Galáxia?) tiram a narrativa da previsibilidade blockbuster agregando um valor interessante à abordagem dessa clássica história, já revista de maneira mais reverente por um Peter Jackson recém saído do fenômeno O Senhor do Anéis.

O longa inicia em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, quando dois pilotos militares – um japonês e o americano – caem de paraquedas em uma ilha do Pacífico Sul após abandonarem seus aviões. A briga de gato-rato, então, neste lugar exótico, é interrompida por King Kong – uma criatura muito mais forte, ameaçadora e agora gigantesca. Na sequência, somos transportados para o ano de 1973. Chega então ao Senado em Washington Bill Randa (John Goodman) e seu parceiro Brooks (Corey Hawkins) para tentar financiar uma expedição com o exército militar até a Ilha da Caveira, um local supostamente inabitado, para explorar e mapear.

Por sua vez, a ideia de conquistar um novo território animou o estado de espírito do Tenente Packard (Samuel L. Jackson) que, amargurado com a derrota da guerra do Vietnã, aceita prontamente a missão. Juntam-se a eles alguns soldados ansiosos para ir para casa e ainda a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson) e o experiente capitão James Conrad (Tom Hiddleston).

A abordagem estilística de Vogt-Roberts é tão forte e persuasiva – com o curioso uso da fotografia nas cenas de ação e impressionante perfeição dos efeitos – que até disfarça a fragilidade do roteiro. Especialmente no terço final, em que os personagens (com atores até bem desperdiçados) tomam atitudes apenas para justificarem dramaticamente um arquétipo. Entretanto, Kong: A Ilha da Caveira é daqueles entretenimentos ao mesmo tempo tão suntuosos quanto espertos, que vai tornar sua pipoca muito mais digestiva. Grande, digno e divertido espetáculo. Se 2017 mantiver esse alto nível de seus filmes comerciais desse início de ano…

Filme: “Kong: A Ilha da Caveira” (Kong: Skull Island)
Direção: Jordan Vogt-Roberts
Elenco: Tom Hiddleston, Brie Larson, Samuel L. Jackson
Gênero: Aventura
País: EUA
Ano de produção: 2017
Distribuidora: Warner Bros
Duração: 1h 58 min
Classificação: 12 anos

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