“Meu Passado Me Condena” aponta que temos mais sorte em comédias românticas

Se o cinema brasileiro prostitui o potencial da comédia como gênero de mercado, ao menos tem tido mais cuidado ao se lançar nos derivativos da comédia romântica. Depois do corretinho Mato Sem Cachorro”, estreia mais um longa, o realmente divertido “Meu Passado Me Condena” que ao menos não faz de sua existência uma banalidade oportunista.
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Decalcado do programa homônimo da TV (Multishow), já é de se comemorar o fato de que a diretora Julia Rezende (filha do veterano diretor Sérgio Rezende, de “Canudos” e “Salve Geral”, e da produtora Mariza Leão) traz para a historinha a amplidão técnica que o cinema precisa, uma vez que, de uma maneira geral, as séries do canal são tecnicamente limitadas. Fábio (Porchat) e Miá (Mello) acabaram de se casar, e partem em lua-de-mel para um cruzeiro rumo à Itália. Dados os temperamentos muito diferentes do casal e o fato de que nenhum dos dois se conhece direito – eles se uniram às pressas, por impulso – a viagem vai mostrando-se reveladora (encontros folhetinescos com amores do passado) e inusitada (com dois funcionários do navio hilários) até o destino final.
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Tudo é muito previsível, desde o roteiro, até alguns cacoetes de direção chupados de comédias românticas americanas. Entretanto, Julia sabia que o que tinha de mais valioso em suas mãos era o casal de protagonistas e a química que isso proporcionaria. E investiu nessa interlocução. Daí, o filme já nasceu ganho. Miá Mello é uma graça e manda bem na sua porção atriz, para além de maneirismos do humor. Mas Fábio Porchat é gênio. Um dos maiores humoristas da cena atual e seus êxitos se justificam pelo domínio do timing da comédia, com uma certa ironia cênica de auto representação. Mesmo que seja “o humorista” em tudo o que faz (é o mesmo papel no bom “Vai Que Dá Certo” e no tenebroso O Concurso”), Porchat agrega sempre um carisma a mais ao texto que fala. E vamos combinar, os conflitos de relacionamento, ainda mais no início, onde as personalidades vão tentando se encaixar num sentido mútuo, são universais. E clichês por natureza. Adicionando a isso um humor irresistível então, só nos resta relaxar como relaxamos numa despretensiosa Sessão da Tarde…

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