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“O Legado Bourne” abre novos e firmes caminhos para o universo de Robert Ludlum

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Dar seguimento a uma franquia tão integralmente bem sucedida (crítica e público) e que redefiniu parâmetros nos thrillers hollywoodianos, é uma responsabilidade e tanto. O Legado Bourne se cercou da melhor retaguarda para tal e o resultado é positivo. O notável trabalho de Matt Damon foi de suma importância para esse sucesso e ao escalar Jeremy Renner para o novo filme, a Universal garantiu a perenidade cinematográfica da (boa) obra literária de Robert Ludlum.

Doug Liman foi o primeiro a dar forma ao texto e, juntamente a Tony Gilroy e William Blake Herron, adaptou brilhantemente A Identidade Bourne (2002). Os dois filmes subsequentes ficaram por conta do diretor Paul Greengrass que elevou ao máximo a qualidade e as ambições nos brilhantes A Supremacia Bourne (2004) e O Ultimato Bourne (2007). Pois nessa reinvenção do personagem, Gilroy, que assume direção e roteiro, dá uma nova dimensão priorizando sua história principal, num interessante jogo de paralelos entre os diversos presentes que temporizam o filme.

A trama começa quando percebemos que existem outros programas de criação de super-espiões, que aperfeiçoaram o que estava sendo feito na Operação Treadstone. Um destes se chama Aaron Cross (Jeremy, convincente). Bem no início, ele está no Alasca onde encontra outro espião (Oscar Isaac), da qual conhece do passado. No bate-papo entre os dois agentes vão surgindo detalhes de como eles são forjados. Cross está ali atrás de pílulas, pois seu estoque está próximo do fim. Ele não sabe, mas as verdes ajudam a aumentar as habilidades físicas, diminuir a dor e o tempo de recuperação, enquanto as azuis servem para aumentar a inteligência, os sentidos e capacidade cognitiva. Croos escapa de um (incrível) atentado por pouco, mas precisa encontrar a Dra. Marta Shearing (Rachel Weisz) para conseguir as drogas estimulantes que o mantém vivo. Daí, um jogo de intrigas e incansáveis perseguições vão acompanhando o casal.

Quem acompanha a saga desde o início vai se divertir ainda mais com o cruzamento que Gilroy vai promovendo na trama. E sua conhecida sanha em retratar os guetos institucionais americanos está cada vez mais afiada. As intrigas são muito bem montadas e adornadas por tensas cenas de ação, assim como bem fez Greengass. O roteiro tem algumas falhas como o desenho dramático do personagem de Edward Norton, bem desperdiçado. Mas o diretor se cerca tão bem de propriedades do livro original, que é animador saber que a franquia ganha novo fôlego adulto dentro de um infantilóide mercado americano.

xrr rating=4/5

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