Pluft: O Fantasminha é cinema infantil à moda antiga casando tecnologia e artesanato

Se o Brasil almeja ter produções cinematográficas como a franquia Harry Potter, a escolha certa é adaptar as obras de Maria Clara Machado. A autora possui um vasto repertório infanto-juvenil explorando o mágico e o lúdico de forma atemporal, tanto que suas criações foram o primeiro contato com o teatro de gerações.

Pluft: O Fantasminha é sem dúvida a história mais famosa de Maria Clara e agora ganha uma versão cinematográfica até ambiciosa para os padrões de cinema nacional. A trama é basicamente a mesma da versão teatral. A menina Maribel (Lolla Belli), é sequestrada pelo pirata Perna de Pau (Juliano Cazarré), que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Na casa abandonada onde o velho morou, Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião, João e Juliano, muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota. Enquanto eles não chegam, ela conhece Pluft (Cleber Salgado), um fantasma menino que morre de medo de gente, e desenvolvem uma inesperada amizade.

Pluft: O Fantasminha é cinema infantil à moda antiga casando tecnologia e artesanato – Ambrosia
Pluft: O Fantasminha é cinema infantil à moda antiga casando tecnologia e artesanato

Para contar a história, a produção se cercou de efeitos digitais para garantir realismo, juntamente com efeitos práticos. Os fantasmas flutuando, por exemplo, ganharam fluidez porque os atores gravaram em uma piscina. para ter o melhor resultado desejado. E vale lembrar que o longa é em 3D, com o recurso sendo utilizado de maneira bastante satisfatória.

A diretora Rosane Svartman optou por manter a teatralidade nas atuações. Em vários momentos parece mesmo uma peça filmada. Tal opção criativa se deu justamente para homenagear a plataforma em que o conto se consagrou. Fabíola Nascimento como a mãe de Pluft é o grande destaque, mas a maturidade da menina Lolla Belli também merece atenção. Já o Pirata de Juliano Cazarré é deliciosamente caricato. E é interessante ver um Pluft interpretado pela primeira vez por um menino, já que no teatro era tradicionalmente vivido por atrizes.

A produção acerta em conferir um tom artesanal como forma de não se desprender demais da linguagem original, embora não deixa de explorar as possibilidades do cinema, como, além dos efeitos especiais (convincentes), mudanças de cenário e um natural (embora desnecessário) prolongamento.

Pluft: O Fantasminha é cinema infantil à moda antiga casando tecnologia e artesanato – Ambrosia
Pluft: O Fantasminha é cinema infantil à moda antiga casando tecnologia e artesanato

Por fim, “Pluft: O Fantasminha” aquece o coração dos adultos, não só pelas lembranças da peça que foi a primeira de muita gente, como também seguir as regras de um cinema infantil à moda antiga. Para as crianças mais novas, acostumadas com os efeitos estroboscópicos dos animes e a escala épica dos filmes da Marvel, pode até causar estranheza no primeiro momento. Mas passada a desconfiança inicial, certamente elas se deixarão levar pela imbatível narrativa de uma das maiores contadora de histórias do Brasil. E sim, o cinema nacional de gênero agradece por mais esse reforço.

Pluft: O Fantasminha

Pluft: O Fantasminha
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