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Resenha: Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado

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Bem, uma introdução ao lendário grupo Monty Python é fundamental antes de partirmos para a resenha do filme em questão. E digo mais, talvez saber o que representou este grupo para sua época possa fazer com que qualquer telespectador admire a obra de tal forma a dar a ela seu merecido respeito.

Monty Python

O grupo, composto por Eric Idle, Terry Gilliam, Graham Chapman, John Cleese, Micheal Palin e Terry Jones, começou em 1969 com um programa na televisão britânica chamado Monty Python’s Flying Circus. E a partir daí, não pararam mais: vivaram shows, filmes, livros, jogos de computador. Estes garotos (na éspoca) revolucionaram o que até então compunha o gênero comédia. Tornaram-se referência no que se pretendiam fazer, uma espécie de comédia pastelão de conteúdo anárquico.

Muitas pessoas já ouviram falar em Monty Python, mas provavelmente não tinham noção da grande influência que o grupo havia causado além dos limites da ilha do Reino Unido, não é mesmo? Bem, o fato é que há, por todo mundo, centenas de comediantes que se dizem influenciados pelo grupo, como é o caso do grupo brasileiro, recentemente desfeito, Casseta & Planeta, entre outros expoentes como Bruno Mazzeo, Luís Fernando Guimarães e Evandro Mesquita. Utilizando da comédia, do sarcasmo com teor crítico-político, Monty Python foi considerado um verdadeiro fenômeno, que certa vez, foi comparado ao que representou The Beatles para a música.

Devidamente introduzidos à Monty Python, apresento-lhes agora o primeiro longa da trupe:

Em Busca do Cálice Sagrado

Essa sim é uma versão surpreendente e inigualável da lenda do Rei Arthur. Escrita, dirigida e também protagonizada pelo grupo britânico Monty Python, a comédia ganhou destaque e foi considerada pela maioria do público cinéfilo e pelos críticos como um dos melhores filmes britânicos de todos os tempos. O filme de 1975 tem aspecto daquelas produções bem baratas, caseiras, mas que se revela cheia de conteúdo crítico à sociedade da época.

A história trata da tragetória do Rei Arthur pela Grã-Bretanha à procura de cavaleiros para se aliarem a ele e defenderem Camelot dos ataques dos saxões. No entanto as piadas começam antes do início do filme, já nos créditos há demonstrações da forma descontraída com que vão tratar a lenda. Quando o filme, de fato, começa, Rei Arthur e seu fiel escudeiro Patsy chegam a um castelo a cavalo. Pare! Aqui é necessário adiantar uma observação. Caro telespectador,  em nenhum momento do filme há um cavalo de verdade. Então, como chegam eles a cavalo? Seriam cavalos de pau? Não, durante o filme todo eles apenas fingem cavalgar batendo em côcos, imitando o som de uma cavalaria.

Após lutar com um Cavaleiro Negro que tenta obstruir sua passagem e tem suas pernas e braços arrancados pela Excalibur, espada do Rei, eles continuam em busca dos Cavaleiros da Távola Redonda e encontram-se com o inteligente Sir Bevedere, o bravo Sir Lancelot, o casto Sir Galahad e Sir Robin, o não-tão-bravo-quanto-Sir-Lancelot. Assim formada a tropa dos Cavaleiros da Távola Rendonda, eles cavalgam juntos até Camelot. Ao se depararem com uma maquete do Castelo do Rei, sentem-se entediados e resolvem partir em busca de aventuras. Recebem, no meio do caminho, um chamado divino que determina que eles devem partir em busca do Cálice Sagrado.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=FhCU-xdi6E4[/youtube]

Voltam a “cavalgar” pelos vales do Reino, quando encontram um castelo com guardiães franceses. Os soldados dizem que o Cálice que procuram está guardado no interior do castelo e, então, os Cavaleiros de Arthur bolam um plano já bem conhecido pela história para tentar roubar o Cálice Sagrado. Trata-se de um grande coelho, tal qual fizeram os gregos com o cavalo de Tróia. Só que a trapalhada trupe entrega o presente com ninguém em seu interior para poder atacar na calada da noite. Quando o plano é revelado, Rei Arthur se dá conta do fiasco que será, não a tempo de fugirem das vacas e do próprio “coelho de Tróia” que são arremessados por uma catapulta de volta a eles.

Os cavaleiros decidem se separar para continuarem a busca pelo Cálice Sagrado. Cada cavaleiro da Távola Redonda parte em uma direção e, após mostrar o que acontece com cada um deles em seus caminhos, eles voltam a se juntar ao fim do filme. Daí em diante, juntos novamente, eles se deparam com um pequeno coelho, que é a terrível besta-fera de Caerbannog. Subestimam o monstro e alguns acabam devorados pelo coelhinho.

Conseguem chegar à Ponte da Morte, que devem cruzar para chegarem ao Castelo de Aaaaahhh, onde se esconde o Graal. No entanto, há um guardião da Ponte que só permite a passagem do cavaleiro que acertar suas 3 perguntas. Alguns cavaleiros sucumbem ao errar as respostas das capciosas perguntas do guardião, como por exemplo, qual a capital da Assíria? ou até mesmo, qual sua cor predileta?

Até que, por fim, os Cavaleiros da Távola Redonda conseguem chegar ao Castelo de Aaaahhh. Neste momento final, a lenda se mistura com alguns aspectos da atualidade e deixa o filme ainda mais pastelão, mas de forma alguma menos divertido. O cenário medieval, que foi por sinal gravado nos campos da Escócia, é invadido por uma sirene de polícia e os Cavaleiros da Távola Redonda vão em cana! Sim, este é o final de Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado.

Ao ler esta resenha, o filme pode parecer tosco, certo? Bem, tosco não seria o adjetivo mais correto para este filme. O termo mais adequado para caracterizar o longa do grupo é “pythonesco”, essa é a identidade que o filme sustenta do começo ao fim. Não é brincadeira! O termo “pythonesque” (em inglês) está presente em dicionários da língua inglesa e significa algo surreal, absurdo. Partindo desta informação, é possível imaginarmos o peso e a enorme influência do fenômeno Monty Python. Apesar do filme, obviamente, não agradar ao público mais convencional, Em Busca do Cálice Sagrado pode ser entendido como uma demonstração à comédia pastelão tão pouco criativa de hoje em dia, de como ela realmente deve ser. Assista e se não gostar, insista!

World English Dictionary:

Pythonesque(ˌpaɪθəˈnɛsk) =
adj
denoting a kind of humour that is absurd and unpredictable;zany; surreal

[xrr rating=5/5]

Título Original: Monty Python and The Holy Grail

Duração: 91 min

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3 Comentários

  • Faltou citar os cavaleiros que dizem Ni e a lógica pra saber se a pessoa é uma bruxa ou não.
    Esta é uma das partes mais bizarras do cinema de todos os tempos…

  • Realmente Flavio! São partes ótimas e bem marcantes no filme. Mas acho fundamental assistí-las e não documentá-las. Achei que escritas, poderiam ser vistas com outros olhos depois, sabe? A lógica da bruxa é sensacional, sem dúvida nenhuma!

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