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Sol Nascente falha em trazer todo o potencial da narrativa de Michael Chichton

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Sol Nascente (Rising Sun, 1993) é um daqueles filmes que prometem muito mais do que entregam. Baseado no livro homônimo de Michael Crichton (1948-2015), famoso por suas narrativas repletas de suspense e intriga, o filme dirigido por Philip Kaufman (1936) tenta, mas não consegue, capturar a complexidade e a intensidade que marcaram outras adaptações das obras de Crichton, como Parque dos Dinossauros (1993) e Assédio Sexual (1994). Apesar do potencial do material original e de contar com um elenco de peso, Sol Nascente se revela uma experiência cinematográfica não tão boa, incapaz de sustentar o interesse do espectador do início ao fim.

O enredo, centrado no assassinato de uma jovem americana no escritório de uma corporação japonesa em Los Angeles, serve como um pano de fundo para explorar temas como o choque cultural entre o Oriente e o Ocidente e a tensão econômica entre os Estados Unidos e o Japão na década de 1990. A premissa é intrigante e poderia ter rendido uma análise aprofundada das dinâmicas de poder e preconceito, mas o filme falha em desenvolver esses temas de maneira convincente. O roteiro parece mais preocupado em criar reviravoltas do que em construir uma narrativa coesa e significativa.

A presença de Sean Connery (1930-2020), no papel de John Connor, é sem dúvida um dos pontos de destaque do filme. Connery traz uma certa gravidade e autoridade à sua interpretação, como esperado de um ator de sua estatura. No entanto, sua performance é prejudicada pelo roteiro, que lhe confere diálogos repetitivos e uma caracterização superficial. Connor é apresentado como um conhecedor profundo da cultura japonesa, sempre pronto para corrigir e instruir o novato detetive Web Smith, interpretado por Wesley Snipes (1962). O problema é que essa dinâmica, que poderia ter sido rica e complexa, acaba se tornando previsível e até condescendente. A sabedoria de Connor, frequentemente expressa em máximas simplistas como “Quando algo parece bom demais para ser verdade, então não é verdade”, soa mais como clichê do que como insight.

Snipes, por sua vez, faz o que pode com o papel de Web Smith, mas seu personagem é subdesenvolvido e muitas vezes relegado a uma posição de passividade frente a Connor. A falta de química entre Snipes e Connery também contribui para a sensação de que o filme nunca realmente engrena. Harvey Keitel (1939), no papel do detetive Tom Graham, entrega uma performance competente, mas que também não se destaca, deixando a impressão de que todos os atores estão operando em uma zona de conforto, sem serem desafiados a explorar todo o potencial de seus personagens.

Outro ponto fraco do filme é a inserção de subtramas que mais distraem do que contribuem para a narrativa principal. A relação entre Smith e Jingo Asakuma (Tia Carrere, 1967), que deveria adicionar uma camada emocional ao filme, acaba sendo uma digressão que atrapalha o ritmo da história. O mesmo vale para o personagem Eddie Sakamura (Cary-Hiroyuki Tagawa, 1950), que parece ter sido incluído apenas para justificar algumas cenas de ação sem sentido, sem qualquer impacto real na trama central.

Apesar desses problemas, Philip Kaufman consegue imprimir um ritmo razoável ao filme, evitando que ele se torne completamente maçante. A montagem ágil e alguns momentos de tensão bem construídos mantêm o espectador envolvido, mas não são suficientes para redimir as falhas estruturais da narrativa. O misticismo japonês, que deveria ser um elemento central para justificar a presença de Connor no caso, é explorado de maneira rasa, deixando a sensação de uma oportunidade perdida.

Sol Nascente tenta abordar questões relevantes sobre poder, cultura e identidade, mas não consegue aprofundar-se nelas de maneira significativa. O resultado é um filme que, embora tenha momentos de entretenimento, falha em entregar a complexidade e o impacto emocional que se esperaria de uma obra baseada em um livro de Michael Crichton. No final das contas, temos um thriller que não cumpre suas promessas, mas merece um olhar por representar uma época, reflete as mudanças sociais, bem como as econômicas e a tecnologia.

Homenagem Póstuma Peter Crombie (1952-2024)

O ator Peter Crombie, famoso pelo papel de Joe Davola no seriado Seinfeld, morreu aos 71 anos. A informação foi confirmada pelo TMZ com a mulher do artista, Nadine Kijner. Nadine disse que o artista faleceu na quarta-feira em decorrência de “algum tipo de doença que lhe tirou a vida rapidamente”. Detalhes sobre a condição de saúde nos últimos meses e sobre a morte de Crombie não foram divulgados. O principal papel da carreira de Combrie foi na série “Seinfeld”. Ele aparece em cinco episódios na quarta temporada da produção. Na sitcom, era um psicopata que busca vingança contra os personagens principais Jerry Seinfeld e Cosmo Kramer por desfeitas triviais ou imaginária

No entanto, além de “Seinfeld”, na TV, ele se notabilizou por participar de “House of Frankenstein”, “NYPD Blue” e “Law & Order”, entre outros. Crombie também trilhou carreira no cinema, em filmes como Nascido em 4 de julho, “Natural Born Killers”, “The Blob”, Seven: Os Sete Crimes Capitais e Sol Nascente, como Greg, executivo da Microcon #1.

como o vilão Fallit Kot em Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine
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Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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