Literatura

Como Ser um Pirata, de Cressida Cowell

Compartilhe
Compartilhe

Dos livros infantojuvenis que estão sendo publicados ultimamente, os de Cressida Cowell são os mais encantadores. Não só pelas personagens de nomes esquisitos e nojentos – e por isso muito engraçados – , ou então por conter dragões, monstros e vikings. Não, Cressida coloca em seus livros algo muito maior que aventuras mirabolantes: ela dá sentido às suas histórias. Ela busca a moral do que conta, quer passar uma lição que seja relevante. Algo clichê dos contos de fadas, mas que não deve ser perdido. Assim como fez em Como Treinar o Seu Dragão, Cressida multiplica a diversão no livro Como Ser um Pirata, publicado recentemente pela Intrínseca.

Depois de terem capturado e treinado (ou tentado treinar) seus dragões, os jovens aspirantes a herois vikings da tribo dos Hooligans Cabeludos estão entrando para a próxima fase de seu treinamento: ser um pirata. Entre as matérias estudadas estão lutar com espadas em uma embarcação, xingar, seqüestrar e buscar tesouros. Soluço Spantosicus Strondus III, filho do chefe da tribo, não se sente apto a fazer nenhuma dessas coisas. E a incapacidade de fazer seu pequeno dragão Banguela cumprir suas ordens lhe dá maior certeza de que não possui característica alguma para ser heroi.

Soluço é constantemente ameaçado pelo primo Melequento, que tem o melhor dragão da turma e também é bom de briga. Depois de livrar a tribo de um dragão do tamanho de uma montanha, Soluço se vê prestes a partir para outra aventura: recuperar o tesouro perdido de seu tataravô, um dos maiores piratas que o mundo já viu. E para isso terá que ir até a Ilha da Caveira enfrentar os dragões mais perigosos do mundo. E tudo porque um forasteiro encontrado dentro do caixão desse pirata convenceu seu pai, Stoico, a fazer isso. Soluço e Banguela, com certeza, farejaram encrenca, e não um tesouro.

Em Como Treinar o Seu Dragão Cressida fala dos valores de uma amizade e sobre a força de cada um, e repete isso em Como ser um Pirata. Soluço não tem músculos, mas tem cérebro, o que faz com que seja ele a pessoa capaz de tirar a tribo de apuros. Mas músculos também tem sua importâmcia, e assim Cressida mostra que não importa o quão desagradável uma pessoa é, ela também tem seu valor.

Além disso, a autora fala de como certas coisas devem sempre ficar esquecidas até que estejamos preparadas para enfrentá-las. Soluço é um personagem cativante por entender isso e saber quais são as deficiências humanas e as dele, principalmente. O livro continua tão bem humorado quanto o primeiro, e as ilustrações idem. Repito o que disse sobre o primeiro livro: é uma história para encantar todas as crianças e adultos, por ser simples e bem escrita.

Compartilhe

Comente!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sugeridos
LançamentosLiteratura

Instruções de uma equilibrista: Talita Franceschini lança livro de poemas 

Publicada pela Editora Patuá, a obra explora a arte de navegar pelos...

AgendaLiteratura

Sumaya Lima lança obra que explora os limites entre desamparo e criação

Autora paulistana apresenta As sementes que o fogo germina com sessão de autógrafos em...

EntrevistasLiteratura

Rodrigo Cabral fala sobre sua estreia poética com o livro “refinaria”

A obra reflete sobre emoções e vivências a partir das mudanças cenográficas...

AgendaLiteratura

Festival Literário da Ocupação Cultural CDC Vento Leste anuncia programação

A Ocupação Cultural CDC Vento Leste, uma das mais antigas e ativas...

AcervoLiteraturaTeatro

Pensamento Sobre: Dramaturgia será lançado em SP

Dramaturgia brasileira contemporânea foi o tema escolhido pela plataforma de arte Antro...

CríticasLiteratura

Como Treinar o Seu Dragão e Como Ser um Pirata – Uma jornada hilária e cheia de significado

Na época dos vikings todos os adolescentes deviam demonstrar suas habilidades caçando...