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Clube dos Bagres é psicodélico, folk, rock e pop no disco de estreia

Projeto do músico Bruno Morabati, o Clube dos Bagres une psicodelia, MPB, pop e folk para criar crônicas sobre a vida moderna. Depois de anos de estrada e jornada, o trabalho ganha um homônimo álbum de estreia através do selo Milo Recs. O álbum já está disponível nos serviços de streaming de música.

Nascido em 2008 em Goiânia e criado em Franca, no interior de São Paulo, o Clube dos Bagres foi gerido e evoluído com calma. A nova faceta de Bruno surgiu em um momento em que se via longe da Projeto Paiero, banda da qual fazia parte na época, e começou a trabalhar em faixas de sonoridades bem diferentes e únicas. Em 2012, o Clube dos Bagres iniciou sua discografia com o EP “Histórias mal contadas em quase-canções”.

No período entre esse primeiro trabalho e o novo álbum, Bruno participou de mostras e coletâneas e dividiu palco com artistas como Alceu Valença, Otto, Porcas Borboletas e Rafael Castro.

Agora amadurecendo o projeto, o álbum “Clube dos Bagres” busca uma sonoridade psicodélica pop tropical inconsciente nos ouvintes e brinca com estéticas de variados gêneros.

“O lançamento desse disco é fundamental para manter vivo o que existe de arte em mim. Estou bem feliz com o resultado, tanto na questão estética, com os timbres, nos quais contei com ajuda de Daniel Rached, como também nos arranjos, os quais produzi a maioria sozinho mas contei também com grande auxílio de todos que fizeram parte da minha vida musical desde a minha primeira banda. Para além do ego, ao mesmo tempo que é ‘só mais um disco’, ele é um álbum necessário. Fazer arte, fazer música, é necessário, é urgente”, reflete Bruno.

Em meio ao groove das guitarras, um instrumental intenso embala canções de temáticas variadas. Enquanto “Suga Sugar” aborda o consumismo, “Tenta de brils” foca na mudança e na vontade avançar. “Forsça”, composta ainda em 2011, previa um mundo invadido por notícias falsas e o comodismo em se esconder atrás de uma tela. “Oh Pai” imagina uma reconciliação entre pai e filho, com um plano de fundo de realismo fantástico. “Chafurdei” é uma ode às paixões e convida a fazer tudo com dedicação total. O single “Danado Leprechaw” busca inspiração em Arnaldo Baptista, enquanto “Vazei” é uma música de Roberto Carlos que não foi escrita por Roberto Carlos. “Rita li na” aborda de forma bem humorada a ansiedade dos tempos modernos. “Binou’s Cry”, “Miss Mississippi”, “Meu”, “Braquiária” e “Suis” completam a tracklist, equilibrando momentos de leveza e peso.

Algumas dessas canções surgiram já na gênese do Clube dos Bagres. É o caso de “Rita li na”, tocada pela primeira vez em um ensaio da banda Filhos de Maria e Madalena, em meados de 2008, em Goiânia. Na época, faziam parte da banda, além de Bruno Morabati, Fernando Simplista (Nava de Maçã), Diego de Moraes, Gabriel Gabiras (Bambolla Bakers), Aderson (Bambolla Bakers, Carne Doce) e Chelo (Porcas Borboletas, Waldi & Redson). “Em um show dos Filhos, Fernando faz uma saudação para o ‘Jhimi’ – o Dinho, que viria a ser do Boogarins alguns anos depois – na primeira vez que ‘Rita li na’ estava sendo tocada ao vivo”, relembra Morabati. Seria o começo da entrada de Clube dos Bagres no cenário psicodélico nacional.

Para apresentar o trabalho plural, a capa do disco traz uma ilustração de Rodrigo Tas baseada em uma foto tirada por Eduardo Berdu. A contra capa, label e finalização ficaram por conta de Marina Jacobini. O álbum teve gravação e mixagem de Daniel R. Palermo e masterização de Nick Graham-Smith, produtor inglês que já trabalhou com nomes como James Tillman, Garotas Suecas, Lurdez da Luz e Vermes do Limbo. “Clube dos Bagres” já está disponível nos principais serviços de streaming via Milo Recs.

Ficha técnica:

Anderson Garcia: bateria em todas as faixas

Alex Reis: caixa em “Braquiária”

Eduardo Berdu: guitarra em “Rita li na”

Fernando Simplista: vocais em “Oh Pai”

Íris Roitman: flauta em “Braquiária”

Daniel R. Palermo: gravação e mixagem

Bruno Palazzo: master tape

Nick Graham Smith: masterização

Collateral Fx: efeitos nas cordas

Rodrigo Tas: conceito da capa

Marina Jacobini: finalização capa

Música e letra por Bruno Morabati, exceto:

Meu: Música por Fernando Simplista e Bruno Morabati; letra por Fernando Simplista

Suis: Música por Bruno Morabati e Gabriel Daibert

Chafurdei: Letra por Bruno Morabati e Gabriel Daibert

Rita li na: Letra por Bruno Morabati, Íris Zandonah e Heitor Pina

Bionou’s Cry: Música e letra por Bruno Morabati e Gabriel Daibert

Faixa-a-faixa, por Bruno Morabati:

Suga Sugar:

O filme “1,99 – O supermercado que vende palavras”, somado ao excesso de produção e consumo, são a matéria prima pra essa música. Compre essa ideia! Aceitamos crédito ou débito.

Tenta de brils:

É como já disse Porcas Borboletas, “Tentar, tentar, tentar, tentar…”. Alguém tem que fazer o que não dá futuro. Música de roda de conversa. O pangaré protagoniza a mudança, o avanço.

Forsça:

Em dias de fakenews como esses atuais, essa música, apesar de ter sido escrita em 2011, prevê os perigos de se esconder atrás da tela.

Meu:

Meu é uma colagem descolada. Os jecas fogem da regra. As referências são diretas e anunciam algo maior. Letra de Fernando Simplista.

Oh Pai:

Nessa música, a realidade fantástica habita os versos e acordes. Pode-se dizer que de certa forma é uma reconciliação entre pai e filho.

Miss Mississipi:

Por onde andarás Miss Mississipi? Esse bagre sente saudades.

Braquiária:

Nessa música Jean, Sal, Carlo e Kerouac são convidados pra um passeio pelas braquiárias tropicais com a cara ao vento recheado de fuligem.

Suis:

Uma velha história de amor: a dama não entende seu desejo pelo vagabundo.

Chafurdei:

Em resumo, essa música é uma exaltação ao ato de fazer as coisas com tesão. Se for fazer, faça com vontade. Sem nojinho.

Vazei:

Vazei é uma música que Roberto Carlos não compôs e não gravou. Eu psicografei.

Danado Leprechaw:

Aqui mais referências: Arnaldo Baptista e o seu disco Loki são um dos tesouros do protagonista da história da música.

Rita li na:

Você começa uma tarefa e não termina? Você tem dificuldade de se concentrar em alguma coisa por muito tempo? Anda impaciente? Pode ser que você precise falar com Rita…

Binou’s Cry:

Binou’s é um trabalhador honesto que se mudou pra cidade e acabou se perdendo nos labirintos de asfalto. Todos somos, em certa medida, Binou’s Cry.

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