O compositor, violonista, cantor e arranjador Theo de Barros faleceu nesta madrugada (15/03/2023) em São Paulo. O anúncio foi realizado por seu filho Ricardo Barros, que nos últimos anos vinha dirigindo a carreira musical do pai. As causas da morte não foram reveladas pela família, que pede privacidade neste momento.
Carioca de nascimento, Theo cresceu rodeado de música por todos os lados. Com pai radialista e mãe cantora, sua casa vivia repleta de artistas. Quando a família se mudou para São Paulo, estreitou sua amizade com o violão e com apenas 13 anos compôs sua primeira música, um samba intitulado “Saudade Pequenina”. No final dos anos cinquenta, o jovem músico estreou profissionalmente na Boate Lancaster tocando contrabaixo ao lado do César Camargo Mariano, Flavinho e Escalante.
Notabilizou-se por suas parcerias com Geraldo Vandré, como “Disparada” (empatada com “A banda”, de Chico Buarque, em 1º lugar no II Festival de Música Popular Brasileira – 1966, da Rede Record, e defendida por Jair Rodrigues), e pela canção “Menino das laranjas”, gravada por Elis Regina naquele mesmo ano. Também formou, juntamente com Heraldo do Monte, Airto Moreira e Hermeto Pascoal, o Quarteto Novo, que gravou um único LP em 1967 e acompanhou Edu Lobo e Marília Medalha, também em 1967, na apresentação da canção “Ponteio”. Esta foi a vencedora do III Festival de Música Popular Brasileira.
Durante toda sua vida se envolveu em inúmeros projetos, desde jingles publicitários a orquestração, passando por trilha sonora para cinema, música de novela, arranjando, dirigindo e compondo. Em 2018, seu disco “Tatanagüê”, em parceria com Renato Braz, foi vencedor do 29º Prêmio da Música Brasileira, de Melhor Álbum – Projeto Especial.
O trabalho mais recente de Theo de Barros foi o álbum “Notas Brasileiras”, lançado no ano passado, em parceria com seus amigos Adylson Godoy e Dino Galvão Bueno. Neste disco, os músicos dividem espaço com seus filhos Adriana Godoy, Anita Galvão Bueno e Ricardo Barros.
Sempre ligado à música, agarrado em seu violão, traduzindo em som o que sentia e via, a memória que ficará de Theo de Barros é a imagem de um artista que fazia da música brasileira a sua trincheira e o seu coração. O artista deixa sua esposa Nena Barros e dois filhos.
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